quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tradição mantém acesa a chama do Natal

Em Penamacor está tudo a postos para o Natal. No adro da igreja matriz já repousa o madeiro, obra da malta de 1989.

Os anos passam, mas a vila de Penamacor continua a fazer o maior madeiro de Portugal. Desta vez o prodígio tem como protagonistas os jovens nascidos em 1989, que cumpriram aquilo que manda a lei da tradição. E a tradição em Penamacor é não só colocar o madeiro junto à igreja matriz, como oferecer a festa na noite anterior a quem queira aparecer no local do arranque.

“Foi uma noite bem passada, com algum trabalho, mas o resultado está à vista no alto da praça”, diz com orgulho Luís Abreu, um dos elementos do grupo.

Para manter a tradição os cerca de 20 jovens do ano de 1989 começaram a trabalhar há cerca de um ano, aproveitando as escapadelas à terra natal para se encontrarem, explica o jovem. Grande parte deles não está neste momento a residir no concelho, devido aos estudos ou por outras razões. Ou como dizem Susana Silva e Carla Vinagre ”somos só residentes de fim-de-semana”.

Nos últimos anos as raparigas conquistaram um lugar nos camiões e tractores que transportam o madeiro, ritual outrora reservado a eles. Mas continuam a ter em mãos as tarefas de sempre.

“Com a ajuda das nossas mães e pessoas que se disponibilizam tratamos da comida para os trabalhadores e as pessoas que vão comer lá”, explica Susana Silva.

Manda a tradição que na noite anterior, e pela madrugada do dia 8 de Dezembro, a organização ofereça comida e bebida próximo do local do arranque, sem pedir nada em troca. As despesas são suportadas graças aos apoios que vão reunindo nos meses anteriores, em festas ou vendas de rifas. Mas na hora da verdade há sempre quem aparece para dar uma mão, mesmo sem ser convocado.

“Penso que Penamacor deve ter orgulho nisso”, diz Luís Abreu.

A malta de 89 tem agora encontro marcado para a noite de 23 para 24 de Dezembro. Quando no relógio da torre soar a meia-noite está dado o sinal para atear o monte de sobreiros, que só deixam de ter chama lá para o Dia de Reis.

Autor: José Furtado in "A Reconquista"

Sem comentários: