Jovens não deixam desaparecer tradição do madeiro
Em Penamacor há cada vez menos jovens para cumprir a tradição do madeiro. A festa ficou este ano ensombrada pelo desaparecimento de um jovem
Aquele que é considerado por muitos o maior madeiro do país chegou esta quarta-feira, dia 8, ao adro da igreja matriz de Penamacor.
Mas a festa teve este ano um cunho de tristeza, devido ao desaparecimento de um jovem de 23 anos, irmão de uma das raparigas que faz parte da organização.
Os tractores e camiões com os troncos de sobreiro chegaram ao início da tarde ao centro da vila mas sem a festa de outros anos, já que decorriam as buscas numa zona próxima do local de arranque do madeiro.
A vila raiana tem neste evento uma das poucas tradições que ainda resistem, sobretudo à falta de gente que faz deste o concelho mais envelhecido do país.
Para quem tem dúvidas basta olhar para o grupo que este ano recebeu a missão de cumprir a tradição.
São apenas oito jovens entre rapazes e raparigas.
A maior parte já nem sequer vive a tempo inteiro na vila, principalmente porque se encontram a estudar fora.
Mas mesmo assim não quiseram deixar cair o madeiro.
Gonçalo Nabais, um dos jovens de 20 anos que faz parte do grupo, conta ao Reconquista que a ajuda chega até de jovens que nem sequer nasceram ou viveram em Penamacor.
Este ano, como nos anteriores, há quem queira participar porque os pais são da terra e cresceram com o madeiro de cada vez que vinham passar as férias de Natal.
“Mesmo o pessoal mais velho nota-se que vem para cá”, diz o jovem da malta de 90.
A preparação do madeiro deste ano começou já o Verão ia avançado no calendário, devido também à dificuldade de juntar um grupo disperso por vários pontos do país.
Ajudas não faltam, porque há sempre alguém disposto a emprestar uma máquina ou a ceder árvores para a fogueira que vai arder da véspera do Natal até aos primeiros dias do novo ano.
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