segunda-feira, 26 de abril de 2010

REVOLUÇÃO E REGIONALIZAÇÃO

A necessidade de colocar no topo da agenda política a regionalização foi um dos temas escolhidos por duas das intervenientes na sessão solene da assembleia municipal de Penamacor, comemorativa do trigésimo sexto aniversário do 25 de Abril. O representante da coligação "Todos por Penamcor" salientou a necessidade de ser feita "uma nova revolução democrática".

36 Anos depois, estão defraudadas as expectativas geradas pelos ideiais de Abril. Para Manuel Robalo, da bancada da coligação “Todos por Penamacor”, a sociedade actual está doente e as relações sociais estão infectadas. Existe falta de respeito, civismo e autoridade, uma situação que angustia os portugueses, um mau estar geral.
Os elevados salários dos gestores de empresas públicas e privadas são , para Manuel Robalo, um atentado à dignidade e à coesão social. Por tudo isto, o autarca defende a necessidade urgente de repensar o país e de fazer uma revolução democrática.
“Uma nova revolução democrática ao nível dos costumes, mentalidades e das leis colocando-as ao serviço efectivo dos portugueses. Uma revolução democrática, mas necessariamente vigorosa e determinada, que já está em marcha com a urgência da revisão da constituição portuguesa” , referriu Manuel Robalo.
Foi uma mulher que falou em nome da bancada do PS. Para Guida Leal, comemorar Abril significa reforçar a vontade de fazer da democracia portuguesa um regime mais vivo e democrático com menos desequilíbrios e adiamentos, aproveitando a data para recarregar as baterias democráticas. O interior tem problemas específicos que urge resolver, e a regionalização tem que voltar a ser tema de debate.
“A regionalização e o combate à desertificação são assuntos que têm que ser novamente colocados à discussão. Temos que melhorar a vida dos cidadãos e combater a saída de jovens do concelho. Penamacor precisa deles”, afirmou a autarca.
Foi também uma mulher, a única no executivo, que por indicação do presidente da edilidade, falou em nome da câmara municipal. Depois de sublinhar a importância do 25 Abril, um ponto de viragem na vida de cada cidadão, Ilídia Cruchinho destacou o papel das mulheres na construção da democracia no país, que a lei da paridade veio reforçar. A autarca afirma a necessidade urgente de combater a desertificação e de promover políticas que fixam os jovens no interior do país. A regionalização é um tema que urge avançar. Ilídia Cruchinho disse que “enquanto o direito à educação, justiça, saúde, emprego e habitação não forem privilégios de todos o 25 de Abril não estará totalmente cumprido. A não existência da regionalização, prevista na constituição desde 1976 e sucessivamente adiada, tem contribuído para acentuar as assimetrias regionais entre interior e o litoral”, afirmou a vereadora da CMP.
O papel das mulheres na vida portuguesa e de Penamacor em particular, foi também salientado pelo presidente da assembleia municipal. Jorge Seguro destacou dois nomes que estão ligados a duas das obras sociais mais relevantes no concelho: Carlota Pina Ferraz (instituiu o actual instituto Pina Ferraz) e Bárbara Tavares da Silva, que dá nome à instituição que mais apoio dá a nível social em Penamacor.
O envelhecimento e o poder compra dos concelhos do interior, este último abaixo da média nacional, são duas das preocupações do actual deputado na AR. Jorge Seguro deixou, por isso, um apelo de Abril:
“ É que em Penamacor e no interior em geral, os agentes políticos e a sociedade em geral se unam naquilo que os preocupa. Só um concelho e um interior unido conseguirão junto do Governo, da Assembleia da República e da União Europeia a atenção que merecem e que a história sempre deu”, sublinhou o deputado da AR.
A sessão comemorativa do 25 de Abril em Penamacor, que pela primeira vez foi antecipada para a noite de 24, por consenso entre as bancadas da AM, foi abrilhantada pela banda de Aldeia de João Pires.

Autor: Paulo Pinheiro in "Rádio Cova da Beira"

1 comentário:

templario disse...

Todos nós em busca de uma solução milagreira para os portugueses... e a solução aqui tão perto: Regionalização, retalhar o país, criar meia dúzia de Terreiros do Paço.

Tão fácil! É só pegar num lápis e num esquadro, ou mesmo uma régua.

Com o devido respeito, os regionalistas enxamearam o aparelho de Estado, a adm. pública em geral, uma pouca vergonha pegada, falam do 25 de Abril em abstrato e, na prática, conduziram o país à situação que sabemos.

E agora dizem: isto está assim porque não fizemos a regionalização. E pensam que assim fojem à responsabilidade do sistema partidário que putrefizeram com oportunismo, interesses pessoais, cagando-se para o povo, para as comunidades, etc..

Não colhe. Regionalização seria, a médio prazo, a liquidação do país, para satisfazer oportunistas, demagogos, incompetentes, que só pensam em alimentar-se à custa do OE para toda a vida.

A regionalização é isso.

Portugal é ANTIREGIONAL. É preciso saber porquê.

Mas os regionalistas denotam uma grande presunção e saber dentro das jaulas em que estão controlados. O seu falar e escrever não é de liberdade, ao ar livre, sem "algemas". São uns "Línguas e escribas alugados".

Não enganarão os portugueses.