quinta-feira, 18 de março de 2010

Projecto avança em Penamacor e Pedrógão

Lar D. Bárbara produz energia

A instalação de painéis solares pretende reduzir para metade os gastos com energia. O centro de dia de Pedrógão produz toda a energia que consome.

Reduzir os gastos com a energia obtendo ao mesmo tempo alguma receita. Estes são alguns dos objectivos do Lar D. Bárbara Tavares da Silva, que acaba de investir na instalação de painéis solares.

A instituição de solidariedade social do concelho de Penamacor gasta no pico do Inverno uma média de seis mil euros mensais em energia eléctrica e gasóleo, entretanto substituído pelo gás. Uma parte desta verba é dispendida no aquecimento de água e só no lar em Penamacor são consumidos cerca de três mil litros de água quente todos os dias.

Com o projecto que já está no terreno “o objectivo é que num prazo relativamente curto esse valor passe para metade”, diz Nuno Lucas, administrador do Lar D. Bárbara Tavares da Silva, referindo-se às despesas globais com energia.

O primeiro passo foi apresentar uma candidatura às licenças de micro-produção de energia, através da qual se obteve luz verde para o lar em Penamacor e o centro de dia da freguesia de Pedrógão de S. Pedro. E assim o lar deixou de ser apenas consumidor para também assumir o papel de produtor de energia.

“Aquilo que nos pagam pela nossa produção de venda à rede é cerca de quatro vezes mais do que o preço que nós pagamos pelo quilowatt que consumimos”, refere Nuno Lucas.

No lar em Penamacor os painéis instalados cobrem até ao momento metade dos gastos de energia, mas em Pedrógão de S. Pedro o edifício é auto-suficiente. Nesta freguesia o sol produz não só energia eléctrica, como também responde às necessidades de aquecimento da água.

De fora ficou a Quinta da Senhora do Incenso, o espaço que o lar também gere e que fica junto à estrada que liga Penamacor ao Fundão, próximo do santuário que lhe dá nome. Segundo Nuno Lucas a candidatura foi rejeitada porque era exigido um contador de baixa tensão quando o da quinta é de média tensão. Uma situação que o lar quer corrigir para apresentar uma nova candidatura e assim aproveitar o sol para produção de energia e aquecimento de água.

Em cima da mesa está também a possibilidade de avançar com um projecto na área da biomassa, a produção de energia através de resíduos das florestas.

“Queremos articular um conjunto de energias alternativas para que esse espaço seja também auto-suficiente na energia eléctrica”, diz Nuno Lucas em relação à Quinta da Senhora do Incenso.

O lar pretende não só reduzir a dependência energética como também ter uma fonte de receita para que não esteja totalmente dependente do Estado.

“Cada vez mais a vida destas instituições tem de ser autónoma, não estando dependente da Segurança Social a 100 por cento, porque não saberemos se no futuro o Estado estará disponível para contribuir com este tipo de apoios”, entende o administrador.

O lar pretende ainda apresentar uma candidatura ao QREN- Quadro de Referência Estratégico Nacional para a requalificação dos seus edifícios, de modo a torná-los mais amigos do ambiente. Uma mudança que passa, por exemplo, pela substituição das caixilharias, para evitar o desperdício da energia dispendida na climatização.

O Lar D. Bárbara Tavares da Silva tem actualmente cerca de 300 utentes, dos quais 111 são internos. Os restantes utentes recebem apoio domiciliário e frequentam os centros de dia em Pedrógão de S. Pedro, Águas, Bemposta, Meimão e Vale da Sr.ª da Póvoa.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

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