quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Câmara e empresa colaboram

Penamacor avança com recolha de óleos usados

O projecto pretende evitar o despejo de resíduos nos esgotos e terá uma componente de educação ambiental.

Depois das embalagens, vidro, cartão e pilhas vai chegar a Penamacor a recolha de óleos alimentares usados para reciclagem. O serviço resulta de um acordo entre a Câmara Municipal de Penamacor e a empresa de serviços de ambiente Biosys, que deverão assinar em breve um protocolo com uma duração de cinco anos.

Na prática a empresa com sede no concelho de Odivelas deverá instalar os contentores – conhecidos como oleões – junto dos ecopontos que já existem no concelho, o que dará cerca de 20 oleões. O depósito dos óleos alimentares usados é feito com a própria garrafa e reencaminhado para reciclagem.

O Reconquista contactou a empresa para obter mais alguns esclarecimentos sobre o processo, o que não foi possível até ao fecho desta edição. No entanto na página da Biosys na internet é explicado que os óleos são encaminhados para uma fábrica em Portugal, para serem transformados em combustível ecológico – o biodiesel.

António Cabanas, o vice-presidente da Câmara Municipal de Penamacor, diz que o grosso do investimento será feito pela empresa. A autarquia compromete-se a garantir as condições para a instalação dos oleões, com pequenas obras junto aos ecopontos.

O autarca diz ainda que o projecto inclui uma componente de educação ambiental que será assumida pela empresa, em colaboração com as escolas e a população em geral.

O despejo de óleos alimentares usados no esgoto é responsável por diversos prejuízos na rede de esgotos e nas estações de tratamento de águas residuais (ETAR). Além de alterar a constituição química e biológica das ETAR´s, os óleos usados “criam massas que chegam a tapar as condutas”, diz António Cabanas.

Recolha porta-a-porta é hipótese

A Câmara Municipal de Penamacor está a ponderar a adesão à recolha porta-a-porta de resíduos para reciclagem. O sistema não é novo e já se encontra em aplicação em alguns concelhos da Resistrela, a empresa responsável pela recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos da qual o concelho de Penamacor também faz parte. Guarda, Fundão, Belmonte e Sabugal são os exemplos.

A localização dos ecopontos, sobretudo na vila de Penamacor, é uma das razões que explicam o facto de nem toda a gente aderir à reciclagem.

“As pessoas são comodistas, mas é verdade que também falamos de pessoas idosas”, diz António Cabanas.

Tal como o Reconquista noticiou nas suas últimas edições, o concelho de Penamacor vai ser contemplado com quatro ecopontos no âmbito de um reforço destes conjuntos de contentores levado a cabo pela Resistrela.

Segundo a autarquia penamacorense a escolha da localização dos ecopontos é feita depois de analisada a disponibilidade de espaços e a concentração de residentes. Mas segundo António Cabanas “nem sempre onde há mais pessoas é possível colocar os ecopontos”.

Os conjuntos de contentores não cabem em todo o lado e o camião que faz a recolha também não, razão pela qual os ecopontos não estão em locais. Os ecopontos enterrados podiam ser uma solução “mas são bastante mais caros”, justifica o autarca.

O Cimo de Vila (zona histórica) e o antigo quartel são duas das zonas que poderão receber o reforço de ecopontos.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"


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