O aniversariante nasceu na freguesia de Aranhas, onde ainda reside.
O concelho de Penamacor tem mais um centenário. José Nabeiro nasceu a 22 de Janeiro de 1910 e celebrou o aniversário com os familiares cem anos e um dia depois. Ainda hoje vive na aldeia de Aranhas, agora na companhia de uma das filhas.
Maria Celeste, de 73 anos, não esperava que o pai chegasse tão longe, apesar de na família não faltarem exemplos de longevidade. A esposa de José Nabeiro faleceu há apenas sete anos e a mãe do aniversariante também partiu quando já tinha entrado na casa dos noventa. Dois dos irmãos ainda estão vivos e sentaram-se ao lado dele no dia da festa.
O idoso continua de boa saúde, apesar de algumas mazelas resultantes da idade avançada.
“As pernas é que são más, que não posso andar. E dos ouvidos não ouço”, diz-nos durante o almoço.
José Nabeiro teve seis filhos, um dos quais de um primeiro casamento em que enviuvou. Hoje são 11 netos e seis bisnetos que estão em Aranhas, Lisboa e no Canadá.
Helena Robalo, a filha mais nova, está emigrada há 20 anos na América do Norte. Vem a Portugal ano sim ano não e desta vez não podia falhar.
“Sempre tive esperança que ele havia de chegar aos 100 anos (…) foi pena não vir a minha família toda, mas paciência”.
Por cá os dias de José Nabeiro são tranquilos. Às nove da manhã a filha leva-lhe o pequeno-almoço à cama, levantando-se só por volta das dez horas. É ela que também o ajuda na higiene pessoal, antes de o sentar numa poltrona junto à lareira. Nos dias melhores ainda vai até ao quintal apanhar sol “a ver quem passa e a meter conversa”, conta a filha.
José Nabeiro foi pastor e guardou rebanhos entre Espanha e Portugal. Aranhas foi quase sempre a sua casa mas em 1931 foi para Castelo Branco graças ao serviço militar, seguindo ao fim de alguns meses para Torres Novas, para ingressar na Escola Prática de Cavalaria.
Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"
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