segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Autarcas tomam posse para quatro anos de trabalho

Hotel e termas são prioridades para um novo mandato

O terceiro e último mandato de Domingos Torrão à frente da Câmara Municipal de Penamacor vai ser o da concretização de algumas das suas bandeiras. O próprio deixou a garantia na tomada de posse.

Novo mandato, velhas aspirações. Em Penamacor o discurso de tomada de posse do presidente da câmara municipal ficou marcado por temas que há muito andam nas bocas do concelho. A começar pela construção do hotel, que depois de ter obtido a garantia de financiamento em Setembro último poderá ter a assinatura do contrato de concessão por dias. O que ainda assim não significa o avanço imediato da obra, já que a sociedade Malcatur, da qual a câmara municipal é parceira minoritária, continua à espera de um parecer.
“Com as nossas regras de contratação pública uma dúvida que se levanta é se temos de ir para um concurso público, porque são fundos comunitários que estão em jogo”, esclareceu Domingos Torrão, em declarações aos jornalistas minutos depois do discurso perante o salão nobre da câmara municipal. E caso o concurso público seja necessário, o processo, já de si longo, entrará em prolongamento.
Outra obra que continua na ordem do dia é a legalização das Termas de Águas. O perímetro de delimitação já foi publicado em Diário da República “e vamos analisar agora as cláusulas do contrato de concessão a celebrar com a Direcção Geral de Energia e Geologia para no futuro procurarmos um parceiro que connosco queira investir nesse balneário termal”, diz o autarca.
A ligação à Auto-Estrada da Beira Interior segue como previsto, com o estudo de impacte ambiental já em andamento. O arranque do projecto da unidade de cuidados continuados, na Quinta da Senhora do Incenso, completa a lista de obras prioritárias enunciada por Domingos Torrão.
O autarca socialista considera que a maioria que recebeu dos eleitores do concelho é uma responsabilidade acrescida. “Esta vitória é de todos os que se envolveram directamente (…) e que acreditaram e acreditam nas propostas para o futuro”, afirmou no seu discurso.
No executivo municipal a única novidade na vereação é Jorge Crucho. O director do Agrupamento de Escolas Pêro da Covilhã foi eleito através da Coligação Todos por Penamacor (PSD, CDS, Partido da Terra), formando com Vítor Gabriel a oposição ao executivo socialista. Domingos Torrão terá como vereadores António Cabanas e Ilídia Cruchinho, que o acompanham desde o primeiro mandato como presidente.
A distribuição de pelouros será definida apenas esta sexta-feira, em reunião privada do executivo. Será também nesta que ficará decidida a atribuição das vereações a tempo inteiro.
Seguro quer reuniões descentralizadas
Na assembleia municipal há algumas caras novas, a começar na presidência. Jorge Seguro ocupa a partir de agora o lugar que nos últimos quatro anos foi de Lopes Marcelo. O novo presidente pretende uma assembleia mais virada para a realidade local, com reuniões descentralizadas e de âmbito temático “sobre os desafios mais importantes para o concelho”, nomeadamente em áreas como o desenvolvimento regional, ambiente, energia, turismo, produtos regionais ou agricultura.
Jorge Seguro pretende ainda introduzir as novas tecnologias, para fazer chegar a informação aos cidadãos. Na condução dos trabalhos vai ter como secretários Amadeu Neves e António Pinto, que continua como presidente da Junta de Freguesia de Pedrógão de S. Pedro.
Na hora do adeus à presidência da assembleia, Lopes Marcelo disse esperar dos eleitos e dos cidadãos que participem “tragam propostas e reivindiquem aquilo que entendem”. Questionado sobre se o mandato foi uma desilusão, o presidente cessante afirmou que os seus estados de alma “não importam neste momento”, preferindo sublinhar que a experiência de quatro anos serviu para ficar mais ciente da herança cultural do concelho, tema que lhe é caro.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

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