O presidente da câmara municipal de Penamacor critica o Governo pelos atrasos verificados na entrada em funcionamento dos parques de reprodução de coelhos bravos, em cativeiro, situados na Serra da Malcata, concretamente nos concelhos Penamacorense e no Sabugal, no âmbito do projecto de reintrodução do lince na Serra da Malcata.
Depois da devolução de linces ao seu habitat natural, na zona de Mértola, Moura e Barrancos já estão a criar coelhos em cativeiro, Penamacor e Sabugal esperam por luz verde do Governo para poderem fazer o mesmo.
De acordo com António Beites, os parques já deviam estar a funcionar há cerca de um ano, no Sabugal o local está concluído, mas os atrasos consideráveis do Estado Português têm inviabilizado o processo, isto apesar da enorme vontade demonstrada por ambos os concelhos para a reintrodução de coelhos nos respectivos parques
“É inconcebível. Se o Estado português está apostado num projecto de milhões para Portugal, em parceria com a vizinha Espanha, não faz sentido que o processo não ande. Este é um mau exemplo do funcionamento do sistema português porque apesar da administração central ser líder do processo consegue bloqueá-lo. Assim não haverá retorno nem municípios nem para as populações envolvidas”, refere o edil.
O autarca destaca o trabalho feito pela associação Iberlinx nesta área e a disponibilidade demonstrada pelo próprio ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas). Esta quinta-feira, o assunto volta a ser analisado numa reunião em Lisboa.
Devido aos atrasos registados, foi necessário reprogramar o projecto LIFE + e apresenta-lo novamente à União Europeia porque os prazos iniciais não seriam cumpridos. O autarca espera que, desta vez, haja luz verde para que, num curto espaço de tempo, o processo possa avançar.
“Os adiamentos constantes têm inviabilizado o sucesso da iniciativa e não tem aproveitado os milhões que o Estado Português tem investido no projecto. Quem está a usufruir têm sido os nossos vizinhos Espanhóis que no fim de criadas as crias no centro de reprodução em Silves vem busca-las e largam-nas no habitat natural, o que é uma aberração ao nível da cooperação entre os dois países”, sublinha António Beites.
Para o presidente da CMP, os mais de 16 mil hectares de área, entre Sabugal e Penamacor, com a reintrodução do lince, seriam uma mais-valia para a toda região e lamenta que, nomeadamente, o parque do Sabugal não esteja a funcionar.
Penamacor e Sabugal estão de corpo e alma no projecto de reintegração do lince na Serra da Malcata, conclui António Beites.
Autor: Paulo Pinheiro in "Rádio Cova da Beira"
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