segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

LIGA COVIFIL – 16ª JORNADA

O jogo da jornada, entre Atalaia do Campo e Penamacorense não chegou ao fim. Ficaram 3 minutos mais aqueles que seriam de compensações para se jogar.

Foi ou não foi uma boa decisão aquela que Ângelo Correia, que esteve auxiliado por dois outros experientes árbitros: João Brás e Pedro Ribeiro tomou. Bom, os árbitros têm uma prorrogativa na lei que os defende numa qualquer incidência de jogo sobre a qual deixem de ter mão ou pura e simplesmente não consigam gerir. A lei diz que quando uma ocorrência de jogo não permita ao árbitro identificar todos os prevaricadores deverá dar por concluído o encontro. Esta situação até podia ter ocorrido na Atalaia do Campo, porém, na nossa opinião, não foi isso que aconteceu.

O que é que nós vimos. Vimos um jogador (Sérgio Garcia) ser carregado por um adversário ( Manoel) de forma violenta; vimos um companheiro do jogador ( Valezim) que sofreu a falta tentar tirar esforço junto do jogador faltoso e vimos o árbitro admoestar com cartão vermelho o jogador prevaricador e aquele que tentou tirar esforço com a cartolina amarela.

Vimos também a revolta do público para com o jogador expulso, correndo na direcção do túnel de acesso aos balneários para, certamente, o agredir verbalmente. Quando desta correria, por fora da vedação, o jogadores das duas equipas e mesmo aqueles que estavam no banco dos suplentes, correram na mesma direcção, provavelmente com receio que pudessem ocorrer agressões físicas da parte do público ao jogador. Do local onde nos encontrávamos e pelo campo visual que tínhamos ( não dá para ver tudo) não vimos agressões e não vimos qualquer ocorrência que pudesse originar o termo do encontro. Ficamos surpresos quando vimos o trio arbitral abandonar as quatro linhas.

Devemos ressalvar que não sabemos o que aconteceu no túnel de acesso aos balneários e não sabemos se o que por lá aconteceu teve influência ou não na decisão dos árbitros.

Considerando as opiniões convergentes dos dois presidentes, João Torres da Atalaia do Campo e António Duarte da ADEP, que afirmaram aos jornalistas não terem acontecido quaisquer agressões e não entenderem as razões que levaram Ângelo Correia a terminar com o encontro antes do tempo, mais ficamos com a convicção de que terá havido alguma precipitação na decisão tomada.

Sobre o jogo. Como seria expectável, pela qualidade dos jogadores dos dois conjuntos, foi uma partida muito disputada, nem sempre bem jogada, é certo, mas com muita entrega, muita determinação e muita vontade de qualquer delas vencer o encontro.

A equipa da Atalaia foi a primeira a ameaçar, logo aos 4 minutos, num remate de cabeça de Fábio Brito. Aos 13 voltou a ser a equipa da casa a ter uma outra boa ocasião, desta feita numa jogada de Cláudio que se soube desenvencilhar da defensiva penamacorense para rematar ao lado do poste contrário.

A ADEP respondeu com um remate espontâneo de Manoel. A bola vinha do seu guarda-redes, bateu no solo e de primeira Manoel enviou a bola a bater com estrondo na baliza de Valezim. Poucos minutos depois, numa jogada de muita qualidade, com o esférico a passar por cinco jogadores da ADEP, numa variação de flanco, da direita para a esquerda, Esquivas tentou o remate lateral mas a bola saiu muito por cima.

O jogo estava dividido, com alguns jogadores, de ambos os conjuntos, a mostrarem que o distrital é realmente muito pequeno para eles, mas as oportunidades de golo eram escassas. Registamos um bom remate de Hugo Brito, aos 31’, levando a bola a passar junto ao posto e um outro de Chiquinho, que esbarrou em Sérgio Garcia.

As equipas recolheram para descanso completamente encaixadas uma na outra.

Na segunda parte, logo aos 5 minutos, após livre de Hugo Brito Ucha rematou ao lado da baliza de Oleh e três minutos depois a mais flagrante perdida da Atalaia. Hugo Brito rematou de zona frontal, a bola tabelou em Cristophe, mudando a trajectória da bola, mas Oleh, muito atento foi decisivo, aos defender, com classe, junto ao poste.

Seguiram-se três livres, em zona próximo das áreas, dois para a Atalaia e um para o Penamacorense, mas nem Fábio Brito, nem Manoel e tão pouco Hugo Brito tiveram arte para alvejar a baliza contrária.

Aos 68 minutos aconteceu o primeiro caso do jogo. Estava a decorrer uma substituição, saída de Ucha para a entrada de Ruben e eis que Cláudio é admoestado com cartolina amarela. Na altura poucos se terão apercebido do que terá acontecido. Quando se concluiu que era o segundo cartão para o jogador da Atalaia os ânimos ficaram muito exaltados. Nós não conseguimos ter opinião sobre o que se terá passado, no entanto, o jogador, quando saiu das quatro linhas dirigiu-se à comunicação social presente e pediu para fazer uma declaração. Naturalmente, no final do encontro quisemos saber o que ia na alma de Cláudio. Este disse-nos que tinha sido ofendido pelo árbitro do encontro. “ Sei que sou um jogador intempestivo, sei que sou por vezes agressivo, mas tenho razões para poder dizer que algumas frustrações pessoais, destes árbitros, que lidam comigo há alguns anos e que inclusive estudaram comigo e que utilizam este contesto desportivo para de alguma forma terem afirmação social, são pessoas frustradas e complexadas “. Depois narrou o diálogo que terá tido com o árbitro Ângelo Correia, depois de ter reclamado uma decisão: “ Nunca erraste Cláudio ? Já, mas erro menos. É por causa dessas peneiras que nunca foste a lado nenhum … és tu a dizer-me isso ? já fui mais longe como jogador do que tu és ou serás como árbitro”. O resultado disto foi a exclusão do jogo.

Como se compreende esta é a versão dos factos de uma das partes, a outra, o árbitro, por estar impedido de prestar declarações, fica sem se poder defender.

Com a expulsão de Cláudio, Hugo Andriaça viu que tinha ali uma boa chance de chegar à vitória na partida. Tirou Patriarca, que tinha entrado aos 37 para o lugar do lesionado Bernardo e fez entrar Clemente, um jogador mais ofensivo e que se foi colocar ao lado de Manoel. Esta alteração não teve consequências efectivas, a Atalaia continuava a jogar como se tivesse 11 jogadores em campo e sem desistir de poder chegar ao triunfo.

Aos 78 minutos Trindade, o treinador da Atalaia, foi convidado, por Ângelo Correia a abandonar o banco, por ter discordado de uma decisão arbitral, em consequência, mais exaltados ficaram os adeptos da equipa da casa.

O jogo caminhava para o fim, com as duas equipas muito bem encaixadas uma na outra, quando ocorreu o lance que esteve na origem das ocorrências que determinaram o termo do encontro.

Nos 87 minutos de jogo o resultado aceita-se perfeitamente e ficou bem patente a qualidade dos dois emblemas.
Nos outros jogos da jornada, o destaque vai para o empate caseiro do Alcains, ante o Proença. A equipa de Quim Manuel esteve por duas vezes em desvantagem mas acabou por chegar à igualdade a dois golos, num terreno onde é muito difícil qualquer equipa conquistar pontos.
O Vitória de Sernache tirou a barriga de misérias e venceu o Escalos de Cima, por claros 4-1.

O Teixosense também esteve imparável, ante uma equipa que ainda na semana passada bateu o pé à Atalaia do Campo. A equipa de Paulo Serra venceu, por 5-1, o Vilarregense.

Por grandes dificuldades passou o Pedrógão no seu terreno para levar de vencida o Vila Velha de Ródão. A equipa de Chico Lopes está a crescer cada vez mais e em cada jogo que passa mais evidente fica o trabalho que está a realizar. O Pedrógão venceu por 4-3.

Como não se sabe como vai terminar o jogo que não terminou na Atalaia, vamos optar como colocar nos nossos quadros da Liga Covifil o resultado que se verificava na altura, mas não é de excluir uma de quatro soluções: Derrota às duas equipas; derrota a uma das equipas; homologar o resultado que se verificava; mandar repetir, na íntegra, o jogo.


Autor: José Joaquim Ribeiro in "Rádio Cova da Beira"

Sem comentários: