sexta-feira, 14 de maio de 2010

Oleiros quase não tem e Castelo Branco resiste

Mais desemprego a Norte

Oleiros é o concelho do País com a menor taxa de desemprego, segundo um estudo divulgado esta semana. Os últimos dados do Instituto do Emprego revelam que, na região, o Centro da Sertã é o que menos desempregados apresenta na Região Centro. Castelo Branco continua a resistir à crise. O Norte do distrito é o mais afectado.
O Centro de Emprego da Sertã, que inclui os concelhos de Oleiros, Proença-a-Nova, Mação, Vila de Rei e Sertã é aquele que, na Região Centro, apresenta um menor número de desempregados no final do mês de Março. Segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o total de desempregados inscritos naquele centro era de 1190 pessoas, sendo que 130 procuravam emprego pela primeira vez e 1060 procuravam novo emprego.
O Centro de Emprego de Castelo Branco, que inclui além da capital de distrito, os concelhos de Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão, tinha no final de Março um acumulado de 3544 desempregados, dos quais 306 procuravam primeiro emprego e 3238 um novo emprego.
Os dados revelam que a Norte do distrito a situação é mais complicada. O Centro de Emprego da Covilhã, que inclui ainda os concelhos do Fundão, Belmonte e Penamacor, apresentava um total de 5927 desempregados, dos quais 629 procuravam o primeiro emprego e 5298 procuravam novo emprego, ou sejam já tinham trabalhado.
Os Centros de Emprego têm em curso diferentes programas de apoio a quem não tem emprego. Mas a abertura de novos postos de trabalho passa também pelo dinamismo e capacidade de atrair novos investimentos pelas próprias autarquias. Fernando Serrasqueiro, Secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor, lembrou isso mesmo, na passada sexta-feira, na Sertã. “O desafio que se coloca na administração local é económico, de empreendedorismo e imaginação, de forma a potenciar o aparecimento de empresas”, disse.

Cidade resiste

Castelo Branco continua a resistir à crise e surge como um exemplo do que as autarquias podem fazer. Um outro estudo divulgado, na última edição do Semanário Sol revela isso mesmo e coloca a cidade albicastrense como uma das que (de igual dimensão) apresenta menor taxa de desemprego do país, com um total de 12,1%. Joaquim Morão, presidente da autarquia, considera esta uma questão importante. “A criação de condições para que fossem criados novos postos de trabalho no concelho sempre foi uma prioridade. Fizemos um grande esforço para atrair empresas que trouxessem novos empregos”, assegura.
O autarca adianta que “foi feito um grande investimento, para que se criassem mais de novos mil e 200 postos de trabalho no concelho, nos últimos quatro anos. Foi um forte contributo para que, na situação em que o país se encontra, o desemprego não tivesse disparado em Castelo Branco”.
Joaquim Morão garante “continuar a fazer esforços para que novas empresas venham para a cidade”. O presidente da Câmara diz que a aposta na área dos serviços foi ganha. “A nossa obrigação é apostarmos naquilo que é possível. Essa é uma área em crescimento em Portugal e nós não desperdiçámos a oportunidade para trazermos para Castelo Branco essas empresas. Fomos das primeiras cidades do País a aproveitá-la. Esta aposta permite-nos ter um índice de desemprego muito menor que outras cidades de dimensão idêntica a Castelo Branco”.

Pinhal melhor

Na Zona do Pinhal a situação surge como a menos preocupante. Os números do IEFP revelam isso mesmo. O estudo do Semanário Sol coloca o concelho de Oleiros como o segundo do país com menor taxa de desemprego, com 4,3%. A situação não surpreende os residentes do concelho, nem as empresas ali instaladas, que em muitos casos têm que recrutar mão de obra em concelhos vizinhos.
José Marques, presidente da Câmara de Oleiros, diz ainda assim “que basta haver uma pessoa desempregada para nós estarmos preocupados”. O autarca sublinha a política que a autarquia tem seguido no sentido de dar oportunidades às empresas para se instalarem em Oleiros. Nalguns casos, como na fábrica de peluches Steiff, a autarquia ampliou as instalações fabris (que são propriedade municipal), de forma a garantir um aumento de produção.
“Os dados vêm ao encontro daquilo que tem sido a nossa política nessa matéria. E os números só não são melhores, porque as acessibilidades ao concelho ainda não são boas”, diz José Marques, para depois acrescentar: “quero acreditar neste Governo, que as nossas reivindicações vão ser atendidas e as novas estradas construídas”.
O estudo do Semanário Sol, coloca outros concelhos da região bem colocados como os que possuem menores taxas de desemprego. É o exemplo de Mação (5,2%), Vila Velha de Ródão (5,9%), Proença-a-Nova (7,4%), Penamacor (8,6%), Sertã (9,1%) ou Vila de Rei (10%). O esforço do poder autárquico nesta matéria tem dado alguns frutos. Como exemplo refiram-se os fortes investimentos anunciados para Proença-a-Nova, os quais resultaram de uma forte intervenção da autarquia presidida por João Paulo Catarino, ou em Vila Velha de Ródão, como o demonstra a abertura da fábrica de papel.
Autor: João Carrega in jornal "A Reconquista"

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