quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Restauro carece de vigilância

O restauro da talha dourada e a consolidação das estruturas de madeira custou cerca de 500 mil euros e envolveu uma equipa de portugueses e espanhóis, com técnicos de restauro, dourador, carpinteiro e marceneiro. Além da degradação provocada pela passagem do tempo, Carmen Almada, da Junqueira 220, explica que a sua equipa teve ainda de enfrentar algumas brancas, já que alguns dos caixotões que compõem o tecto da nave central e o altar-mor pura e simplesmente já não tinham pinturas.

No caso da nave central as pinturas dos caixotões seguiam um determinado padrão, o que permitiu a recriação dos que não existiam. Depois de muita discussão, os profissionais decidiram-se pela aplicação de uma técnica em que a imagem é recriada numa cor mais clara que a original, para que as pessoas se apercebam das diferenças sem que no entanto se perca a harmonia do conjunto.

Terminada a recuperação, Carmen Almada mostra-se agora preocupada com a conservação do restauro, afirmando que a estabilidade “continua a não ser a melhor de todas” e chamando a atenção para as grandes variações de temperatura dentro do monumento.

“Há uma diferença enorme de temperatura entre o dia e a noite e essas oscilações fazem com que haja muitas contracções nas madeiras e essas contracções expulsam a pintura”, explica.


Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

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