sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

MALCATA EXCLUIDA DO PLANO DE REINTRODUÇÃO DO LINCE IBÉRICO

Rádio Cova da Beira

Reserva Natural da Serra da Malcata foi excluída do plano para a introdução do lince ibérico em Portugal na última revisão do documento que ocorreu no ano passado. A confirmação deixada à RCB por António Beites, presidente da câmara de Penamacor que questiona a Quercus onde estava na altura em que esta decisão foi tomada. 

O facto do prazo de conclusão previsto do plano não ser suficiente para que se criasse um habitat na Malcata com perspectivas de sucesso esteve na base da exclusão da Malcata.
“A Malcata foi simplesmente excluída na revisão desse plano sem haver uma justificação razoável, depois do Estado ter investido durante anos montantes elevados neste processo, abandonaram este território, mas na altura não ouvi essa associação a defender a reintrodução do lince na Malata”. Numa referência ao comunicado da Quercus sobre a revogação da portaria que interditava a caça na zona sul da Malcata, o autarca de Penamacor, considera que a Quercus reagiu contra “por falta de informação e desconhecimento do processo, aliás, antes do comunicado que fizerem deviam ter-se informado do processo porque o que está em causa é a aprovação de algo que não fazia sentido até porque do lado de Penamacor não era permitida qualquer caça e do lado do Sabugal está todo dividido em zonas de caça”.
Para além da revogação da portaria foi simultaneamente criada uma zona de caça de 11 mil hectares que será gerida pelo município de Penamacor e que segundo António Beites, poderá ser o primeiro passo para se voltar a pensar na reintrodução do lince ibérico na Malcata, a longo prazo “este processo visa numa fase inicial potenciar o turismo cinegético na óptica da caça grossa, ou seja, os predadores de caça menor, nomeadamente do coelho bravo, que destroem o habitat necessário ao lince, isto pode ser o primeiro passo para que no futuro possamos voltar a reintroduzir o lince na Serra da Malcata”.
Segundo o autarca penamacorense já será possível a actividade cinegética na próxima época, garantindo que serão salvaguardados sempre “os interesses ambientais e a biodiversidade conforme definido no plano de ordenamento da Reserva Natural”.

Autora: Paula Brito in "Rádio Cova da Beira"

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