terça-feira, 22 de dezembro de 2015

PENAMACOR: “ONDE ESTÃO O DINHEIRO E AS AÇÕES DO MUNICÍPIO?”

Rádio Cova da Beira

São duas das questões que a assembleia municipal de Penamacor quer saber em relação às participações e investimentos feitos pelo município, no mandato anterior, no processo de construção do Hotel & SPA. As autoridades estão a investigar. 

A informação consta de um relatório dos revisores oficiais de contas, anexo á informação escrita pelo presidente, distribuído pelos membros da assembleia. Foi Francisco Abreu, da bancada do PS, que leu parte do documento, não sem antes admitir ter sido o maior crítico da gestão de Domingos Torrão e estar “cada vez mais orgulhoso de o ter feito, face aos problemas que estão a ser encontrados”, declarando solenemente “não quero ser conivente com a situação. Não sou, nem o devemos ser” sublinhando a necessidade de se saber onde estão as ações e o dinheiro investido na Malcatur e no Grupo de Desenvolvimento das Termas de Portugal (GDTP).

De acordo com o relatório, e parte lido textualmente por Francisco Abreu, mantém-se registado no imobilizado do município o montante de 705 mil euros relativos a investimentos “que estão em investigação” e são conexos com as participadas com a Malcatur e GDTP. A atual câmara procurou junto das entidades junto daquelas entidades mas as respostas obtidas não foram conclusivas.

Sem esconder a surpresa, Francisco Abreu deu ainda conta que, citando o documento “De igual modo se desconhece onde se encontram os títulos associados a estas participadas… Constatámos que as participadas Malcatur e GDTP , nos exercícios de 2012, 2013 e 2014 apresentam resultados líquidos negativos” .

Hélio Silva, da Coligação Juntos por Penamacor, que já na anterior sessão tinha alertado para o problema, lamentou que muitas vezes os membros do órgão aprovem documentos sem conhecer bem o seu conteúdo e fez o resumo do problema

“O município investiu cerca de um milhão de euros que, em termos de capital, não foi assumido pela empresa participada e que porventura num futuro próximo, dados os prejuízos que se verificam, a câmara vai ter que assumir a sua quota-parte nesse mesmo prejuízo”.

O presidente da câmara municipal assegura que o executivo apenas pretende que tudo o que foi investimento municipal seja refletido nas respetivas demonstrações das duas sociedades, salvaguardando o interesse público da autarquia.

Destacando a importância do hotel, António Beites refere que o município investiu cerca de um milhão de euros e o que está em causa são 300 mil euros
“São duas empreitadas que ainda não estão devidamente refletidas e é o que temos falado com os responsáveis dos conselhos de administração de ambas as sociedades, cujo valor ronda os 300 mil euros”, disse i edil.

Para o autarca o concelho não está lesado porque “temos um investimento numa unidade hoteleira de cerca de 10 milhões de euros a CM tem um reflexo nessa intervenção de 10% e temos ainda hoje 24% numa sociedade e 15% na outra creio, desde o momento que tudo seja clarificado, que a autarquia não está penalizada, pelo contrário até pode ficar beneficiada”, disse.

Autor: Paulo Pinheiro in "Rádio Cova da Beira"

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