sábado, 28 de julho de 2012

António José Seguro apresenta livro de Jolon


O secretário geral do Partido Socialista apresentará no próximo dia 5 de Agosto em Penamacor, às 18:30, no auditório da Escola de Música (ex-quartel militar), o livro “As Estranhas e fantásticas histórias de Jolon”. António José Seguro vai apresentar o livro do amigo com quem partilhou a redacção do extinto jornal A Verdade de Penamacor do qual era director e Jolon o chefe de redacção.
“As Estranhas e Fantásticas Histórias de Jolon”, do jornalista e contador de estórias José Lopes Nunes, Volume I, é editado pela A23 EDIÇÕES e reúne uma antologia de textos publicados no Jornal do Fundão.
São mais de 300 páginas de quase 40 anos de histórias recolhidas nas freguesias do concelho de Penamacor, mas também noutros concelhos da região: tradições, profissões em vias de extinção e histórias fantásticas de velhotes que povoam a paisagem humana da raia.
O livro é um memorial a todos os personagens reais que Jolon entrevistou ao longo das últimas décadas e está dividido em oito núcleos temáticos: Ofícios, Raia,A aldeia e os dias, Curiosidades e lendas das terras da raia, Terras, Festas feiras e romarias,
Sabores e Ouvi agora, senhores. Apresentam a obra António José Seguro e o director do Jornal do Fundão Fernando Paulouro Neves.

No prefácio assinado por Fernando Paulouro Neves, pode ler-se: Ponho-me a olhar para antigamente e não consigo fixar o dia em que o Jolon (José Lopes Nunes, de seu nome) subiu pela primeira vez à Redacção do “Jornal do Fundão”, armado dos seus papéis e das suas fotografias. (…) Descobri, então, de surpresa em surpresa, de página em página, alguém que tinha dentro de si um talento inato de repórter, que sabia olhar a realidade e, nesse olhar, era capaz de distinguir o essencial do acessório, valorizar o detalhe e o particular, sem ceder à facilidade do cliché. O Jolon, sempre com a sua máquina fotográfica ao alcance da mão, por
onde quer que andasse, fossem quais fossem os caminhos ocasionais das suas andanças, captava a realidade, tanto quanto ela se deixa captar, com os ângulos da sua visão sobre as pessoas, as coisas, os lugares, as paisagens. Nesse aspecto, poderíamos falar dele como “repórter do instante”, magnífico conceito de jornalismo que Camus foi capaz de definir como exigência de observação rigorosa do mundo à nossa volta. Então, o Jolon foi, de certo modo, no seu persistente registo dos dias, o cronista atento de Penamacor, fugindo sempre – ou quase – à maneira burocrática e rotineira de fazer informação. No seu caso, há outra virtude a acrescentar à sua aventura de palavras: o trabalho em louvor da memória que, ao longo dos anos, o Jolon vem realizando, como
contador de “estórias”. Há, nessa procura de dar visibilidade a histórias de vida esquecidas, uma relação profunda de afecto com as pessoas. O Jolon trouxe ao nosso convívio a emergência de quotidianos excluídos da galeria da informação e falou deles iluminando rostos, registando nomes, dando a histórias de vida, tantas vezes marcadas por fundos silêncios, um conteúdo de humanidade e de pertença. Ele percorreu esses territórios, foi ao encontro de mundos aparentemente perdidos no silêncio e deles
retirou rostos, vidas, pequenas e grandes “estórias” que ajudam a identificar socialmente, à sua escala, um lugar, muitas vezes uma aldeia, um concelho, uma região. E, no centro desses microcosmos pontuados de diversidades, um coração: Penamacor. “As Estranhas e Fantásticas Histórias de Jolon” são esse coração a bater um pouco mais depressa. Como se fosse a terra a respirar.”


Sem comentários: