terça-feira, 5 de maio de 2009

HINO AO FUTEBOL…PEDRÓGÃO-4 ALCAINS-4

Num encontro épico, Pedrógão e Alcains deram um festival de bola a fazer relembrar prélios de outros tempos. Futebol de ataque, emoção a rodos, alternância no marcador e polémica à mistura fizeram deste jogo um dos mais espectaculares a que tive o prazer de assistir nos últimos anos. E se alguém punha em causa a verdade desportiva desta fase final da Liga Piornos só tem agora que se penitenciar perante as quatro equipas que a disputam…


Com uma entrada forte a equipa de Andriaça ganhou ascendente inicial sobre os donos do terreno, mas na primeira arrancada a sério por parte da turma de Alexandre Gaspar, a defensiva canarinha vacilou e o primeiro golo acontecia mesmo. Mário Pina possante no miolo ganhou a posse de esférico e de imediato se lançou pela esquerda de onde cruzou rasteiro para Velho fuzilar Beirão. Os da casa entusiasmavam-se e sete minutos depois viam Beirão negar o segundo tento após remate à meia volta de Ângelo enquanto que os de Alcains, aturdidos pela reacção caseira, demoravam a recompor-se.
Era uma fase complicada para o líder e fruto disso mesmo os festejos caseiros voltaram a fazer-se ouvir ao minuto 21. Aíldo perdeu a bola para Leonel na transposição defesa/ataque e este de imediato serviu Ângelo para o segundo golo do Pedrógão.
Com uma desvantagem destas ainda tão cedo, valeu ao Alcains a reacção imediata dos seus jogadores. Vieira aos 23`soltou o grito de revolta e com um grande golo do meio da rua encurtou distancias, e mais importante ainda, deu confiança aos seus companheiros que finalmente se assumiam como equipa. Tiago Paulo seis minutos depois obrigava Ruben a defesa a soco pela linha de fundo e à passagem do minuto 36 seria Quinzinho a rematar torto quando tinha tudo para empatar a partida.
Estes dois lances de bola parada traziam o Alcains à mó de cima, mas o Pedrógão estava bem e respondia com novo golo, desta vez polémico… Minuto 40: lance de ataque pela direita com Horácio na área a cabecear de cima para baixo levando o esférico a embater no braço de Quinzinho. O árbitro mandou jogar mas o seu auxiliar do lado do peão deu sinalética de grande penalidade, com os canarinhos a contestaram bastante mas a decisão de assinalar penalty estava tomada e Caronho com mestria repôs a diferença de dois golos no marcador.
O intervalo estava já ali, mas não sem novo golo e também este polémico… cruzamento para a área do Pedrógão onde Dialló tocou a bola com o braço e esta sobrou para um defensor da casa aliviar para a zona da meia-lua onde apareceu Carlitos a rematar pleno de colocação para um golo fantástico. Era o 3-2 e o delírio no campo Tenente Manuel Morais! Que grande jogatana!
O Alcains acabou a primeira metade a marcar e começou a segunda da mesma forma empatando a partida ainda antes de concluído o primeiro minuto! Miguel rápido na acção ofensiva ganhou ao desconcentrado Salavessa e rematou cruzado para o fundo das redes à guarda de Ruben, levando as emoções ao rubro!
O Alcains era finalmente uma equipa senhora de si e pressionava alto não deixando o seu adversário pensar o jogo, factor que se revelou determinante para a reviravolta completa no placard que se verificou aos 59`. Miguel desta feita entrou pela esquerda na área e aí foi rasteirado sem qualquer margem para dúvidas. Vieira assumiu a responsabilidade de converter o castigo máximo e não vacilou dando vantagem à sua equipa pela primeira vez no jogo.
Já me faltavam adjectivos para qualificar tanto empenho, tanta entrega, tanta emoção por parte de todos os intervenientes quando Caronho resolveu tirar novo coelho da cartola! Minuto 65: Caronho recebe o esférico a mais de trinta metros da baliza e sem hesitar desferiu um pontapé fantástico que levou a bola a ainda embater no poste esquerdo da baliza de Beirão antes de se anichar no fundo desta! Que grande golo!
Este golo voltava a deixar tudo empatado mas ambas as equipas queriam a vitória, e isso meus amigos, é de enaltecer e aplaudir.
Ângelo fazia Beirão brilhar ao minuto 74 com grande defesa para canto e a seis dos noventa seria a vez de Carioca rematar ao lado após jogada de contra-ataque e o tempo de compensação, onde o Alcains costuma ser demolidor, chegava…
Vieira aos 90`rematou para fora e dois minutos depois Lúcio Mário cabeceou à trave da baliza de Ruben mas desta vez a intensa pressão canarinha em busca da vitória acabou por não ter o efeito desejado, pelo que a divisão de pontos se manteve até final.
Num jogo memorável a equipa de arbitragem teve lances polémicos para decidir. Se no lance que deu o 3-1 ao Pedrógão somos de opinião que Quinzinho não poderia ter evitado o toque com o braço na bola e portanto não deveria ter sido assinalado penalty, também cinco minutos depois Dialló ajeitou o esférico com o braço antes do remate vitorioso de Carlitos, pelo que até em lances controversos as razões de queixa são análogas. Em tudo o resto esteve bem a arbitragem liderada por Alexandre Rato que mereceu os parabéns de ambos os técnicos.

Autor: João Perquilhas in Rádio Cova da Beira

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