quarta-feira, 4 de junho de 2014

Desenvolvimento Económico Local na UBI

Desenvolvimento sustentado, produção agrícola, cultura biológica e desenvolvimento regional e local foram os principais temas desenvolvidos nos dois dias de colóquio sobre o “Desenvolvimento Económico Local: o alimento como (base do) nosso sustento.”         
         
 
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas recebeu nos dias 30 e 31 de maio, o colóquio sobre o “Desenvolvimento Económico Local”, que foi subdividido em quatro painéis ao longo dos dois dias.
 
No primeiro dia do colóquio, foram desenvolvidos três temas dos quatro painéis. O primeiro, com o nome “Sistema Agrícola em Portugal”, iniciou com a palestra de Anabela Dinis, professora auxiliar do Departamento de Gestão e Economia. Anabela Dinis falou sobre a agricultura em Portugal e na região da Beira Interior. No nosso país existem poucos jovens a trabalhar na agricultura. Segundo aquela docente “temos quase metadeda produção agrícola a cargo de pessoas com mais de 65 anos; enquantoa média europeia dos produtores com mais de 65 anos não chega a um terço”. Na sua intervenção, foram ainda referidosos produtos alimentares que em Portugal mais são importados e exportados.
 
O colóquio seguiu com Celestino de Almeida, professor da Escola Superior Agrária, do Instituto Politécnico de Castelo Branco, que destacou três tipos de agricultura. A agricultura empresarial que tem como objetivo pôr os produtores a ganhar dinheiro; a agricultura de forma complementar, que é a mais utilizada na Beira Interior, em que o “rendimento decorre de forma de autoconsumo e de algumas rendas”; e por fim temos a agricultura de subsistência, na qual os agricultores vivem com aquilo que produzem.
 
O primeiro painel encerrou com Anabela Martins e Rui Macedo, empresários agrícolas que exploram hectare de framboesas em Penamacor. Os jovensregressaram à sua terra natal para trabalharem na agricultura, depois de estarem a viver alguns anos na capital portuguesa. Os motivos que levaram o casal a dedicar-se à produção deste fruto, segundo Rui Macedo, são “um gosto muito forte pelas framboesas, e também por ser um fruto que reproduz logo depois de um ano da sua plantação”. Ao longo da sua intervenção, Rui ainda falou da importância da agricultura e da sua experiência como produtor.
 
“Fora para dentro: Tendências Atuais” foi o tema do segundo painel, que abriu com a intervenção de Ana Ventura, professora da Escola Superior de Educação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda. Através das “Investigações políticas de desenvolvimento dos espaços Rurais em Portugal”, Ana Ventura falou da investigação que desenvolveu nos últimos anos sobre a região das “Terras do Demo”,e mostrou a sua preocupação pelo facto de algumas aldeias destes concelhos estarem a perder população e possuírem uma enorme riqueza a nível patrimonial, a nível de turismo e espaço rural.
 
Rui Soares, empresário fechou a sessão de conferências do segundo painel. A sua apresentação foi sobre a “Casa do Refúgio”, que se iniciou no ano de 2002 como um projeto de desenvolvimento regional, relacionado com as áreas de produção agrícola, turismo e cultura da Covilhã.
 
O último painel do primeiro dia “Paradigmas de Produção e Distribuição” abriu com a conferência da jornalista Dulce Gabriel que mostrou à plateia o projeto “Refood Covilhã”. Este projeto, já existente em Lisboa tem como objetivo acabar com a fome em bairros urbanos e com o desperdício de alimentos preparados, através da distribuição de refeições a famílias carenciadas.
 
Sofia Hartley desenvolveu o “Programa Origens” do Intermarché, no qual já trabalha há sete anos. O projeto foi criado em Portugal no ano de 1999, tendo como objetivo incentivar a produção nacional para desenvolver a economia regional, e o desenvolvimento económico do país, na produção de horto-frutículas, peixe e carne.
 
Margarida Vaz, professora do Departamento de Gestão e Economia encerrou o dia das conferências falando sobre o sistema de produção e distribuição alimentar local e global. Na sua intervenção aquela especialista alertou para os problemas futuros ao nível da distribuição de alimentos. “Com o crescimento populacional e as alterações climáticas, nos próximos anos poderá haver escassez de alimentos assim como de água potável”, afirmou a professora.
 
O segundo dia da conferência foi constituído pelo quarto painel “Reflexão sobre o Consumo na Comunicação. O colóquio sobre o Desenvolvimento Económico Local encerrou com a Oficina de Ideias: Modelos exemplares & Boas Práticas.
 
O evento foi organizado pelo Departamento de Gestão e Economia e Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior em parceria com o projeto Clube de Alimentação Saudável e Agricultura Sustentável (CASAS) e Instituto de Investigação de Prout em Portugal (PRIP).
 
 
Autora: Liliana Serafim in "urbietorbi"

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