segunda-feira, 8 de junho de 2009

História ao vivo nas ruas da vila

O dia em que Penamacor recuou 800 anos

Considerada o ponto alto das comemorações da atribuição do foral, a feira medieval juntou cerca de 500 figurantes e foi o culminar de meses de trabalho.


No passado ajudou a afastar visitas indesejadas, mas agora é chamariz para muita gente. A zona histórica de Penamacor – a que os locais chamam Cimo de Vila – entrou na máquina do tempo e ofereceu aos visitantes uma feira medieval a preceito. As boas vindas foram dadas por cerca de meio milhar de figurantes, a maioria dos quais gente da terra. Depois de meses de preparação tinha chegado a hora de vestir os fatos e assumir os personagens da época.
Ilídia Cruchinho não foi excepção. A vereadora da Câmara Municipal de Penamacor integrou o cortejo como figurante, naquele que era desde o inicio o ponto alto das comemorações dos 800 anos da atribuição do foral de D. Sancho I a Penamacor.
A satisfação que demonstrou está relacionada não apenas com o que foi visível no último domingo, mas também com o que aconteceu nos meses anteriores. A feira, diz a autarca, “resulta de facto num cenário de envolvimento total”. Alunos, professores, auxiliares educativos, pais, funcionários da autarquia, associações e muitos outros ajudaram a pôr de pé a festa, que foi das primeiras horas da manhã ao fim do dia.
Sem essa participação as coisas seriam bem diferentes, acredita. “Caso não fosse assim é óbvio que nos restringíamos a meia dúzia de figurantes de fora e nós queremos efectivamente que haja uma participação muito directa das pessoas que vivem neste concelho”. A vereadora realça o envolvimento da Escola Ribeiro Sanches “que conseguiu envolver a comunidade escolar que está aqui e está de parabéns”.
A feira medieval começou com a Igreja Matriz cheia para uma missa dominical. Depois os figurantes rumaram até aos Paços do Concelho para uma primeira leitura do foral, antes da subida em cortejo até ao Cimo de Vila. Foi já à sombra da muralha e do pelourinho que se procedeu a nova leitura, acompanhada com danças e saltimbancos.
Para lá dos muros foram montadas as tendas, com gastronomia e artesanato. A feira atraiu muita gente, em especial os espanhóis, que se faziam notar entre os visitantes.
As comemorações dos 800 anos continuam até final do ano com os ciclos de conferências, a abertura do núcleo museológico da aldeia de Bemposta e a edição de livros sobre a história do concelho. A 19 de Setembro vai ser apresentado um concerto que está a ser preparado pela Academia de Música e Dança do Fundão “e que é especificamente sobre os 800 anos”, revela Ilídia Cruchinho. O trabalho envolve alunos de Penamacor, onde a academia tem um pólo de ensino de música.
Autor: José Furtado in jornal A Reconquista

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