sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Obras decorrem há vários anos

Centro de congressos de Penamacor avança em 2010

Domingos Torrão quer concluir projectos antigos, como o centro de congressos ou o hotel. Obras que para a oposição já deviam estar prontas.
A conclusão do centro educativo e do centro de congressos Ribeiro Sanches são dois dos projectos que saltam à vista no orçamento e grande opções do plano da Câmara Municipal de Penamacor para 2010. O documento que é apreciado esta sexta-feira em assembleia municipal foi o tema central da primeira reunião pública do executivo, após as eleições de Outubro.
O orçamento da Câmara Municipal de Penamacor para 2010 ronda os 17 milhões de euros, menos três milhões que em 2009. Domingos Torrão, o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, justifica o corte com a intenção “de reduzir gastos”, mas garante que pretende “aproveitar ao máximo todos os fundos comunitários”.
O autarca quer concluir um conjunto de obras “que já vêem do ano anterior”, a começar pelo centro educativo de Penamacor, cujos trabalhos decorrem há já alguns meses. A intervenção tem como objectivo a ampliação da escola primária da vila, junto ao hospital de Santo António, para receber todos os alunos do 1.º ciclo do concelho. Até lá as crianças estudam no antigo Externato de Nossa Senhora do Incenso.
“É das apostas que nós fizemos para que os alunos tenham as melhores condições de aprendizagem e socialização”, diz Domingos Torrão. A concentração de alunos, acrescenta, “acarreta mais custos para a câmara municipal, no que toca a transportes e a refeições”.
A dinamização da marca “Terras do Lince”, o Centro de Interpretação do Lince e a construção do hotel são outras obras que Domingos Torrão espera ver em andamento no novo ano.
O autarca compromete-se ainda a terminar as obras que pretendem transformar o salão paroquial no centro de congressos Ribeiro Sanches. Torrão assume o atraso da obra – que vem desde o seu primeiro mandato - com a complexidade dos trabalhos. Mas espera vê-la concluída “lá para finais do primeiro semestre de 2010”. “Finalmente ao fim de sete anos”, diz Jorge Crucho, vereador da Coligação Todos por Penamacor (PSD, CDS, Partido da Terra).
Na sua estreia em reuniões públicas do executivo, o vereador da oposição diz que o plano não espelha uma aposta “quer na fixação, quer na possibilidade de atrair novas gentes”. E acusa a maioria de querer gastar mais em desporto que em acção social.
“Estamos a falar de um quarto de milhão para duas dezenas de milhão”, especifica.
Vítor Gabriel, vereador da oposição, lembrou que “sucessivamente, ao longo destes anos, o centro de congressos tem constado nos orçamentos desta autarquia”, mostrando alguma satisfação por desta vez ter 464 mil euros de financiamento definido, um sinal que a obra é mesmo para avançar.
Por outro lado considera insuficientes os 50 mil euros previstos para o centro de interpretação do lince e os mil euros para o centro interpretativo do castelo de Penamacor. “Tudo é demagogia, tudo são promessas e poucas são as obras feitas neste concelho”
Em relação ao hotel, Vítor Gabriel diz que o projecto “já devia estar resolvido há seis ou sete anos”, afirmando que nunca duvidou do financiamento público mas sim da vontade e condições financeiras do privado para o fazer.
A afirmação de que não dúvida do financiamento público do projecto do hotel motivou reacções imediatas da maioria, com o vice-presidente da Câmara Municipal de Penamacor a acusar Vitor Gabriel de ter chegado a sugerir, durante a campanha eleitoral, a suspensão do hotel. O vereador negou.
“O senhor duvida do hotel e sempre duvidou”, contrapôs António Cabanas.
De um modo geral, Vitor Gabriel diz que o orçamento ”é de continuidade, sem novidade e novos projectos infra-estruturais capazes de mudar a situação do concelho”.
Por seu lado, António Cabanas acusa a oposição de com o seu discurso afastar alguns empresários.
Quanto às verbas previstas para o centro de interpretação do lince, o vice-presidente diz que o financiamento está contratualizado com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro “e portanto é uma verba que está garantida”. Os 50 mil euros inscritos no orçamento poderão ser reforçados mais tarde, assumindo que na melhor das hipóteses haverá obra em 2010.
O Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2010 foram aprovadas pela maioria PS, com os votos contra da oposição.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

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