sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Maria Andrade: 100 anos entre o campo e o Meimão


Os campos nas cercanias da Serra da Malcata foram a primeira morada de Maria Andrade. A 7 de Fevereiro de 1911 nascia aquela que passados 100 anos é a mulher mais velha desta pequena aldeia do concelho de Penamacor.
Sentada à lareira, entre a nora e uma das netas, a idosa diz que nem pensava chegar aos 50, quanto mais aos 100 que acaba de cumprir. O percurso desta mulher, que viveu quase sempre no campo, foi feito entre o pastoreio de cabras e o amanhar da terra, realidade que os pais e os avós também viveram.
Maria Andrade casou cedo e teve um filho. O campo só ficaria para trás muito mais tarde, quando a terra deixou de dar sustento.
"Boa vida nunca a passei desde pequena. Já passei mais boa vida agora, que já não faço nada, do que nesse tempo", diz a centenária. Mas no meio da dureza dos dias passados nem tudo foi mau. "Graças a Deus nunca passamos fome", recorda.
Maria Nabais Vaz, a nora, abriu-lhe as portas da casa há quatro anos, quando a idade avançada já pedia cuidados redobrados. Os dias de Maria Andrade são agora entre a lareira e o quarto.
Andreia Fonseca, uma das netas, conta que por vontade própria ainda vivia sozinha, na mesma casa ao lado da qual cresceu a jovem de 22 anos.
"Ela tem vivido até agora só com as mezinhas dela", conta Andreia. Ainda segundo a neta só há pouco tempo é que Maria Andrade contou à família que teve um problema no parto... ocorrido há 73 anos. Só há dias é que a família a convenceu a ir ao Hospital de Castelo Branco, onde foi observada.
Andreia conta que os médicos "admiram-se como é que ela se aguentou até agora".


Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

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