quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Penamacor: Assembleia contra extinção de freguesias


Maioria e oposição estão de acordo quanto à manutenção das freguesias. Foto José Furtado/ Reconquista

O concelho de Penamacor não abre mão das 12 freguesias no âmbito da reorganização administrativa que está a ser promovida pelo Governo. A assembleia municipal aprovou por unanimidade a manutenção de todas as freguesias do concelho, pedindo a reponderação da lei sobre a reorganização administrativa. No documento proposto por Jorge Seguro Sanches, que preside ao órgão, lê-se que a aplicação da lei "é violadora da história do concelho" e ignora as distâncias entre as freguesias e a falta de transportes públicos.
Tanto a maioria socialista como a coligação entre PSD, CDS-PP e Partido da Terra concordam que o processo "carece, em absoluto, de legitimidade democrática", justificando que os atuais autarcas "não receberam, nem pediram na última eleição, qualquer mandato dos seus eleitores para a extinção de freguesias".
Jorge Seguro Sanches diz que a lei tem pouco a ver com a realidade do interior do país e a sua aplicação "levará a extinções cegas no concelho", apelando ao bom senso por parte do Governo.
O argumento da poupança não colhe entre os deputados municipais. Francisco Barreto, o presidente da Junta de Freguesia de Águas, não tem dúvida que mesmo que os autarcas deixem de receber vão continuar a existir candidatos ao cargo. Francisco Abreu, eleito nas listas da oposição, também não acredita que o rombo das contas do país venha da "meia dúzia de euros dados às juntas".
Para a oposição, a haver uma decisão sobre a extinção ou agregação de freguesias ela deve ser tomada pelo governo e não pelos autarcas, refere o deputado municipal António Bento.
"Se querem acabar que decidam eles. É o mesmo que dizer a uma pessoa para se suicidar", afirmou o deputado municipal da coligação que junta os dois partidos do atual governo.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

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