segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Templo foi recuperado para receber acervo

Capela guarda património de Bemposta

A aldeia mais pequena do concelho de Penamacor abriu o seu núcleo museológico que reúne vestígios da época romana. Veja o folheto em formato PDF no final da notícia.

20 de Agosto de 2009 às 15:02h

A capela de S. Sebastião em Bemposta é o novo local de culto do património desta aldeia do concelho de Penamacor. O espaço foi remodelado e reabriu no último sábado como núcleo museológico, reunido um acervo constituído essencialmente por aras com inscrições romanas e estelas funerárias.
Os objectos estavam há muito nos lavadouros da freguesia, junto à igreja matriz, o que acabou por levar ao desaparecimento de alguns deles.
“Infelizmente foram furtadas algumas pedras com valor”, conta Luís Tomé, o presidente da Junta de Freguesia de Bemposta. A autarquia chegou a apresentar queixa na Polícia Judiciária mas diz que o processo foi arquivado.
As peças que não foi possível integrar no museu deverão ser colocadas junto ao castelo, quando este for alvo da tão esperada remodelação.
A recuperação da capela de S. Sebastião é vista como uma oportunidade para chamar visitantes à aldeia mais pequena de Penamacor, mas que entre 1510 e 1836 foi sede de concelho.
“São estas pequenas obras que podem servir de pólos de atracção para que mais pessoas nos visitem”, diz o presidente da junta de freguesia.
A reconversão da pequena capela em núcleo museológico é o resultado de um protocolo entre a Diocese da Guarda, a Câmara Municipal de Penamacor e a Fábrica da Igreja de Bemposta. Domingos Torrão, o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, realça a abertura que houve da parte do Bispo D. Manuel Felício para que esta solução fosse possível.
Para a autarquia o investimento no património de Bemposta é para continuar. A aldeia, diz Torrão, “tem um património arqueológico que neste momento está a começar a ser desbravado”.
Além das estelas e das inscrições romanas presentes na exposição salta ainda à vista um monólito que remonta à época dos Templários e que de acordo com os investigadores servia de marco de separação de território entre o concelho de Penamacor e o senhorio da Bemposta, que pertencia à Ordem dos Cavaleiros Templários. Neste aparece o crescente lunar, que ainda hoje consta no brasão de Penamacor.
O núcleo museológico não estará de portas abertas em permanência, mas quem estiver interessado em visitar o espaço pode pedir na junta de freguesia – que fica a poucos metros da capela – para o fazer.
A aldeia que no próximo ano comemora os 500 anos do Foral tem há muito a promessa de requalificação. Questionado sobre o processo, Domingos Torrão diz que a requalificação da aldeia só vai avançar depois dos estudos arqueológicos, que estão a ser feitos pela associação Arqueonova, responsável pelos trabalhos de arqueologia na zona histórica de Penamacor e em Meimoa. A autarquia pretende ainda recorrer ao Programa de Desenvolvimento Rural Proder para recuperar habitações de particulares, diz o presidente da câmara penamacorense.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

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