quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Câmara continua à procura de novo parceiro


PS chumba audição com sócio do hotel

Os socialistas encaram a ideia como uma “moção de censura à câmara” mas a oposição diz que seria uma boa oportunidade para esclarecer o porquê dos atrasos.

A bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Penamacor rejeitou uma proposta apresentada pela oposição para ouvir o empresário com que a câmara municipal chegou a acordo para a construção do hotel. A ideia foi apresentada pelo deputado António Manuel Pinto, da Coligação Todos por Penamacor (PSD, CDS, Partido da Terra), para o qual “está muito por esclarecer quanto à questão do hotel”. E por isso entende que não há nada melhor que ouvir cara a cara o sócio maioritário da sociedade Malcatur, para que este tenha a oportunidade de expor as razões pelas quais a obra ainda não arrancou.

O PS vê outras intenções na proposta, que foi desde logo rejeitada por Porfírio Saraiva. “Achamos que não faz sentido, porque isso seria uma moção de censura à câmara municipal e não acreditar nas explicações que são dadas pelo presidente da câmara”, afirmou o líder da bancada socialista.

António Bento, que lidera a bancada da oposição, defendeu a proposta, afirmando que “seria extremamente importante para clarificarmos tudo o que se está a passar com o hotel e a Malcatur”. A ideia chegou a merecer a concordância de Jorge Seguro, o presidente da assembleia, que após a apresentação da mesma disse que a audição “é uma questão que faz todo o sentido”, sugerindo apenas que fosse feita no âmbito do grupo de trabalho do turismo e não na assembleia municipal.

O presidente da Câmara Municipal de Penamacor voltou a afirmar que o processo que envolveu a constituição da sociedade Malcatur não está ferido de ilegalidade, lembrando que a própria Inspecção Geral da Administração Local chegou a essa conclusão.

Para Domingos Torrão, o impasse quanto à construção do hotel acontece devido à crise imobiliária, já que segundo ele o empresário continua interessado no projecto. No entanto a autarquia, que é sócia minoritária, quer encontrar uma solução para que o sócio ceda as quotas a outro parceiro, para que o projecto avance. As obras têm que arrancar nos próximos oito meses, sob pena de perderem o financiamento.

Torrão mostra-se ainda satisfeito com o interesse que a questão tem suscitado na oposição, que tem falado do tema em todas as assembleias municipais. Para o presidente esta é a prova que “finalmente chegaram à conclusão que o hotel faz falta em Penamacor”.

Salão vai ser visitado

Mais consensual foi a proposta também apresentada pela Coligação Todos por Penamacor quanto ao projecto de recuperação do salão paroquial, que a câmara municipal pretende transformar num centro de congressos. A oposição sugeriu que fosse feita uma visita às obras de requalificação, sugestão que mereceu o aval do PS. A assembleia poderá agora aproveitar a reunião de Novembro ou Dezembro para visitar as obras do salão paroquial de Penamacor, com a presença do empreiteiro e do executivo da câmara.

As obras para o centro de congressos começaram há quase nove anos e têm sido alvo de sucessivos atrasos. Em Novembro do ano passado, na apresentação do orçamento para 2010, Domingos Torrão assumia que esperava ver a obra concluída “lá para finais do primeiro semestre de 2010”.

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