sexta-feira, 17 de setembro de 2010

3ª edição da Feira do Coleccionismo e do Veículo Antigo é este fim-de-semana


Filho de Megre lamenta falta de apoios

Ricardo Megre queria fazer da quinta de Águas o Museu do Viajante, com todo o espólio do pai, mas a falta de apoios pode até obrigar à suspensão da Feira em 2011.


A 3ª edição da Feira do Coleccionismo e Veículo Antigo, que decorre este fim-de-semana na aldeia de Águas, concelho de Penamacor, na quinta bicentenária do saudoso José Megre, ainda não irá expor a colecção rara de “be queen toys”, mas não deixará de passar a pente fino as grandes paixões do “pai do todo-o-terreno” em Portugal: as viagens e o coleccionismo.

Ricardo Megre, presidente do Clube Aventura e que assumiu a responsabilidade de dar continuidade ao último grande projecto do pai, gostaria de introduzir já este ano no certame a compilação de todos aqueles brinquedos, mas ainda não conseguiu reunir condições de segurança que permitam a colocação do espólio na quinta beirã.

Aliás, o filho de Megre já equacionou a possibilidade de suspender o evento, que nas duas anteriores edições motivou a presença de quase sete mil visitantes. “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que isso não aconteça. Mas preciso de apoios. O público gosta, quer que faça mais. Ora se isto não é relevante para a região, se não conseguir arranjar apoios daqui que dêem pelo menos para suportar os custos, terei de equacionar um período de suspensão”.

Ricardo Megre não quis deixar morrer o conceito que José Megre importou de Inglaterra, defende que carros, viaturas militares, miniaturas e as mais variadas colecções do “viajante do Mundo” têm de ser partilhadas com as pessoas, mas “isto não é uma coisa rentável e acaba por me sair do bolso”. Contava com outro apoio da autarquia de Penamacor, que se tem cingido aos aspectos logísticos, para dimensionar o projecto, mas à falta dele “terei que ir bater a outras portas”. E isso poderá obrigar a uma interrupção.

Para já, o certame volta a abrir portas, com algumas novidades nas peças e a presença de clubes automóveis, que agendaram para domingo passeios até Águas, graças “ao apoio dos voluntários que sempre ajudaram o meu pai. Fazem-no por amor à camisola, por espírito de colaboração e por reconhecerem que estou empenhado em prosseguir o trabalho dele”. Só que, prossegue Ricardo Megre, “para continuar a trazer pessoas, tenho de lhes dar diversidade de eventos, mais actividades, diversão para as crianças”, o que não consegue de momento.

O filho mais novo do “aventureiro irrepetível”, como o classificou Marcelo Rebelo de Sousa durante a apresentação do livro 'Como eu vi todos os países do mundo... menos um', em Fevereiro passado, pretende trazer para a quinta raiana “todas as colecções”. “A casa de Lisboa também era quase um museu”, adianta. Está a analisar a melhor forma de o fazer, como também não descartar a ideia de implementar em Águas “aquilo que poderia ser o Museu do Viajante”, abrindo em épocas de afluência de pessoas à zona, como na Páscoa e no Natal e “fazendo aqui, por exemplo, um evento por mês, que poderia ser o fim-de-semana Clube Aventura”. “Infelizmente nunca houve apoio da Câmara para isso. Estar a abrir um Museu destes, que ainda não tem a segurança necessária, representaria um grande encargo para mim”, insiste.

Aqueles que leram o livro e se deslocarem este sábado ou domingo, 18 e 19, à quinta bicentenária de Águas, “vão identificar muitas passagens, através dos objectos. Terão oportunidade de ver em real, coisas das histórias que leram no livro”. José Megre passou parte da infância na quinta e nos últimos anos “empregou aqui corpo e alma. Foi o seu último grande projecto”, lembra o filho.

A feira do coleccionismo e do veículo antigo abre nos dois dias às 10 horas e encerra às 20h00 (sábado) e 18h00 (domingo).


Por: Artur Jorge in jornal "A Reconquista"



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