sexta-feira, 31 de julho de 2009

Animais em Portugal ainda este Verão

”Vamos ter linces na Serra da Malcata”

Quem o garante é o ministro do Ambiente, que assinou com Espanha o acordo de cedência de animais a Portugal. Cerimónia foi em Penamacor.

Catorze machos e seis fêmeas. Estes vão ser os primeiros linces a chegar a Portugal graças ao acordo assinado na última terça-feira em Penamacor pelos ministérios do Ambiente de Portugal e Espanha. O momento faz de Penamacor e da Malcata “a capital do lince”, nas palavras do ministro do Ambiente português.
Mas agora como no passado a vinda dos animais para a Malcata não é algo dado como adquirido, estando dependente das condições criadas na área protegida, nomeadamente ao nível do coelho. Mesmo assim Francisco Nunes Correia assume que a Malcata “será uma das primeiras regiões a considerar para a reintrodução real na natureza”.
Os primeiros linces – um dos quais com o nome de “Fado” – vão para o Centro Nacional de Reprodução, inaugurado recentemente na localidade algarvia de Silves. Só depois chegarão a outras zonas do país, provavelmente dentro de três anos, nas contas do ministro português.
Elena Espinosa Mangana, a ministra do Ambiente de Espanha, considera que o maior desafio ainda está por vir “que é conseguir populações viáveis de lince na natureza a partir dos exemplares nascidos em cativeiro”. O cuidado com a transferência dos primeiros animais de Espanha para Portugal é tal que só deverá acontecer na primeira quinzena de Setembro, assim que as temperaturas começarem a baixar, explica Elena Espinosa.
Coelho é essencial
Ontem como hoje o coelho tem um papel determinante na vinda do lince para a Malcata. Nos últimos anos os técnicos que trabalham nesta e em outras áreas protegidas conseguiram repovoar as áreas com coelho, depois de a mixomatose e a doença hemorrágica viral terem dizimado o principal alimento do lince.
Fernando Queirós Monteiro, do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, explica ao Reconquista que em algumas áreas a população de coelhos mais que duplicou. Mas mesmo assim atingem apenas o mínimo necessário para a criação de lince em cativeiro. A irregular distribuição dos coelhos é outra questão ainda a corrigir.
Na Malcata a recuperação do habitat do coelho remonta aos anos 90. Desde então foram criadas cerca de 350 pastagens para coelho bravo e 180 estruturas para abrigo dos animais. A serra foi ainda repovoada com 1 200 coelhos.
O trabalho continua no terreno, com a renovação das pastagens e a criação de faixas de contenção de incêndios florestais. Quanto às doenças, os técnicos jogam no campo do imprevisível. Sobretudo no que diz respeito à doença hemorrágica viral, a mais recente e por isso aquela contra a qual os coelhos desenvolveram até ao momento menos defesas.
A prevenção é também tarefa difícil, com a vacinação a ser carta fora do baralho. “É inviável fazer a vacinação de animais selvagens”, diz Fernando Queirós Monteiro.


Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

1 comentário:

Sérgio Pontes disse...

Todos os Animais devem ser respeitados!

Se gostarem de animais, convido-vos a visitar:

http://groups.google.pt/group/animais_portugal?hl=pt-PT

Cumprimentos,