João Paulo Catarino considera que o interior perdeu uma oportunidade de se unir e ganhar peso, com a reforma das comunidades intermunicipais. Presidente da comunidade da Beira Baixa, a mais pequena do país em termos de habitantes, o autarca de Proença a Nova lamenta a pressa do governo em avançar com uma reforma que acabou por ser decidida apenas pelo poder político.
Quinta, 14 de Novembro de 2013 por Paula Brito in "Rádio Cova da Beira"
"Acho que podíamos ter feito as coisas de maneira diferente, acho que isto é uma reforma demasiado importante para ser feita da forma apressado como foi, devia ter sido mais reflectida pelas forças vivas das regiões que se deveriam ter pronunciado também, e isso não foi feito porque o tempo foi pouco e a pressão foi muita para que a reforma entrasse em vigor logo a seguir ao dia das eleições autárquicas".
Apesar do concelho de Castelo Branco, sozinho, ter mais habitantes do que todos os restantes juntos, o autarca de Castelo Branco não avançou para a liderança apoiando a eleição de João Paulo Catarino. O autarca de Proença não esconde que o facto de ser o único que transita de anteriores mandatos, e a conjuntura política favorável ao Partido Socialista numa comunidade onde há apenas um concelho do PSD, pesou na unanimidade à volta do seu nome. A escolha dos vice presidentes recaiu nos autarcas dos dois concelhos mais pequenos "já que Castelo Branco não estava na presidência também não faria sentido estar na vice presidência, com a escolha de Penamacor e Vila Velha de Ródão também quisemos dar um sinal de união".
Já a sede da comunidade deverá ser na cidade de Castelo Branco com Joaquim Morão ao leme a desempenhar as funções de secretário executivo "seria uma estupidez enorme da nossa parte não aproveitarmos a experiência e o conhecimento de Joaquim Morão e o facto de ele ser um regionalista convicto, e ele mostrou-se disponível desde que houvesse um consenso alargado, e isso verificou-se, sendo assim penso que também não será difícil os deputados da assembleia intermunicipal elegerem-no como secretário executivo".
A comunidade intermunicipal da Beira Baixa está a elaborar um plano estratégico "que deverá estar pronto até final do ano", e onde constam as prioridades para o território. João Paulo Catarino avança com um dos que considera ser um projecto âncora desta nova realidade territorial "eu julgo que temos todas as condições para criar um cluster agro industrial fortíssimo para todo o país porque temos todas as condições para produzir, temos o conhecimento, temos a escola superior agrária, temos o inov cluster em Castelo Branco, ou seja um conjunto de factores que se nós conseguirmos criar uma rede temos todas as condições para apostar naquele que eu considero que pode ser um dos projectos âncora para a região".
Quanto às competências que o governo vai delegar nas comunidades, "é um debate que está ainda por fazer", mas o autarca de Proença considera que há áreas que podem ser transferidas para a gestão destes organismos "a área da protecção civil, do planeamento e do ordenamento, na área da saúde, da educação, há um conjunto de competências que podem e devem vir a ser delegadas nas regiões." Já quanto às competências a transferir das câmaras para as comunidades intermunicipais, no caso da Beira Baixa, João Paulo Catarino deixa dois exemplos "os transportes, faz todo o sentido pensar uma rede de transportes intra municipal e a questão dos resíduos sólidos".
Em entrevista ao programa Flagrante Directo da RCB, o presidente da comunidade intermunicipal da Beira Baixa enumerou os três vectores que devem guiar a acção deste novo organismo: a defesa do interior, ser um motor do desenvolvimento equitativo da região, e um veículo de promoção dos 6 concelhos que a integram (Penamacor, Idanha a Nova, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Proença a Nova e Oleiros).
Sem comentários:
Enviar um comentário