A igreja do convento de Sto. António, onde se encontra um dos maiores conjuntos de talha dourada da região, e a igreja matriz de Águas, a primeira igreja moderna do país projectada pelo arquitecto Nuno Teotónio Pereira, foram dois dos monumentos escolhidos pela câmara e santa casa da misericórdia de Penamacor para assinalar o dia mundial dos monumentos e sítios.
Quinta, 18 de Abril de 2013 por Paula Brito in "Rádio Cova da Beira"
A iniciativa levou os utentes do centro de dia, as crianças do jardim de infância e das escolas do primeiro ciclo a visitarem a igreja de Sto. António, construída no complexo do convento franciscano, datado de 1572. A história deste monumento é uma incógnita uma vez que a maioria dos documentos ardeu num incêndio, mas a igreja, recuperada já no séc. XXI, “possuiu o melhor e maior conjunto de talha dourada da Beira Interior, e não estou a exagerar” explica João Cunha. Segundo o provedor da Santa Casa da Misercórdia de Penamacor há 18 anos que o templo está em vias de classificação como monumento nacional e recentemente, quando tudo parecia perdido, renasceu a esperança de obter o título “importante para a preservação da igreja, para a misericórdia e para o concelho”.
Para além da igreja do convento de Sto. António, outro dos monumentos visitados neste dia mundial dos monumentos e sítios, foi a igreja matriz de Águas, a primeira igreja projectada e construída por Nuno Teotónio Pereira, um dos arquitectos mais importantes do séc. XX. O templo mandado construir pela família Megre terminou em 1959 e foi a primeira igreja moderna do país, avançada no tempo, já que incluía normas que o II concílio do Vaticano só viria a aprovar 6 anos depois. O provedor da misericórdia de Penamacor deixa um exemplo “todas as igrejas até essa altura eram construídas com o altar encostado à parede, o que fazia com que os padres rezassem a missa de costas viradas para a audiência, esta igreja foi projectada com o altar virado para a audiência, um caminho que o concílio do Vaticano II viria a confirmar mais tarde”. Avançado para a época foi ainda a separação da torre sineira do edifício da igreja.
Outra das características distintivas da igreja, é a introdução de arte no templo como é o caso do crucifixo, da autoria do escultor Jorge Vieira, dos painéis da via sacra “que foram compilados num só quadro e já foram premiados no Brasil” ou dos azulejos do baptistério onde se encontra a “jóia da coroa do templo”, a pia baptismal que Nuno Teotónio Pereira encontrou na ribeira de Alpreade “é uma pedra escavada pela água com muito pouca intervenção humana”.
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