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IPCB edita publicações sobre as três raças de pequenos ruminantes com solar de origem na Beira Baixa
O IPCB acaba de editar três publicações técnicas sobre as três raças
de pequenos ruminantes com solar de origem na Beira Baixa - Raça
Caprina Charnequeira - Ecotipo Beiroa, Raça Ovina Merino da Beira Baixa e
Raça Ovina Churra do Campo. As publicações, da autoria do docente do
IPCB/ Escola Superior Agrária Carlos Rebello de Andrade, serão lançadas
na Sessão de Inauguração da III Agro-Agrária, que se realiza de 13 a 16
de abril.
Para o autor, o estudo efetuado sobre as caraterísticas das raças tem
como um dos objetivos preservar o património genético das três raças de
pequenos ruminantes com solar de origem na Beira Baixa.
Relativamente
aos animais da Raça Caprina Charnequeira - Ecotipo Beiroa, o
investigador refere que “face ao grande incremento na produção de leite
de ovelha e à grande concorrência dos produtos derivados dele há uma
crescente procura de leite de cabra, pela facilidade de escoamento dos
queijos tradicionais, que não tem sido acompanhada pela oferta. Além
disso, a possibilidade de ser consumido quer em natureza quer
transformado em diversos produtos catalogados como dietéticos dá-lhe
acesso a um mercado mais variado e abrangente que o de leite de ovelha”.
Carlos
Andrade diz ainda que “em termos de produtos de qualidade o leite de
cabra pode ser usado no fabrico do Queijo à “Cabreira” de Castelo Branco
(Amarelo e Picante). Estes queijos têm Denominação de Origem Protegida
(DOP). Para a carne temos o “Cabrito da Beira” como produto de Indicação
Geográfica de Proveniência (IGP) indexado a cabritos das raças
Charnequeira e Serrana abatidos entre os 40 e 45 dias”.
Já
quanto ao Merino da Beira Baixa, o investigador adianta que “a produção
de ovinos leiteiros na Beira Baixa pelos seus produtos de qualidade e
Organizações de Produtores existentes, com agressividade no mercado,
continuará a sua senda de progresso. A raça Merino da Beira Baixa, até
pelo facto da DOP não estar afeta ao leite que produz, está vocacionada
para sobreviver como animal adaptado aos sistemas mais extensivos e
pobres, como opção de ocupação de áreas que não são próprias para
culturas de rendimento e, onde as raças exóticas (alta produção) não são
capazes de sobreviver por não estarem adaptadas ao pastoreio de
percurso”.
Na região da Beira Baixa, produzem-se vários tipos de
queijo de ovelha ou de mistura com leite de cabra, dos quais o mais
afamado é o queijo à ovelheira denominado “Queijo de Castelo Branco”, um
queijo de pasta mole, mesmo amanteigado, muito saboroso, idêntico ao da
Serra da Estrela, com o qual se pode confundir. Dentro dos queijos
feitos à cabreira temos o “Amarelo” e o “Picante” da Beira Baixa. Como
produto IGP existe também o “Borrego da Beira”.
Já quanto à raça
ovina Churra do Campo, dada como extinta em 2004 e recuperada a partir
de 2007 pela Câmara Municipal de Penamacor em colaboração com o
IPCB/ESA, através do Projeto Transfronteiriço (INTERREG III – Rotas da
Transumância), Carlos Andrade, que é também o Secretário técnico
responsável pelo livro genealógico da raça, refere que “o efetivo atual é
de 261 fêmeas e 17 machos divididos por seis explorações”.
Face à
inexistência de quaisquer dados relativos ao efetivo atual, no âmbito
do PRODER, foi feita uma caraterização global do efetivo, informação que
deu origem à publicação agora editada.
Relativamente aos queijos
e borregos da Raça Churra do Campo, o autor afirma que têm o mesmo
enquadramento que o Merino da Beira Baixa.
Carlos Rebello de Andrade é engenheiro Zootécnico e tem desenvolvido a sua atividade principal na área dos pequenos ruminantes.
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