terça-feira, 3 de maio de 2011

POLÍTICAS GLOBAIS PRECISAM-SE

Os 1.700 milhões de euros de investimento previstos nos 8 programas do QREN que se destinavam ao interior do país, ficaram reduzidos a muito pouco. Apesar disso o presidente da comissão de coordenação e desenvolvimento da regional (CCDR) do Centro considera que se forem concretizadas algumas centenas de milhões já será positivo.

" O número ainda está a ser apurado, mas penso que estão em umas centenas de milhões. A grande questão é saber se estes milhões se realizam e se têm sucesso", refere Alfredo Marques.

Os dados deixados em Penamacor pelo presidente da comissão de coordenação e desenvolvimento regional do Centro, convidado da assembleia municipal para falar de desenvolvimento regional. Um desenvolvimento condicionado pelo esvaziamento do interior do país. Para Alfredo Marques a desertificação do interior não é uma fatalidade, mas para isso são necessárias políticas globais que até agora têm sido inexistentes

"Em primeiro lugar não são só os fundos estruturais que podem resolver este problema, têm que ser políticas globais, nomeadamente para o Interior onde os problemas são mais agudos. Se estamos à espera que sejam os fundos estruturais a resolver o problema não vamos lá, e até agora não têm existido essas políticas globais", explica o presidente da CCDRC.

Para Alfredo Marques o calcanhar de Aquiles dos fundos comunitários para o desenvolvimento regional tem sido o investimento privado. Segundo aquele responsável, desde que Portugal aderiu à União Europeia, em 1986, e o início do actual quadro comunitário, em todos os programas de apoio ao mundo rural, 80% do investimento foi público e apenas 20% privado

" A componente privada foi o grande problema. Estou de acordo com o que disse o vice-presidente da câmara municipal de Penamacor quando disse que as AIBT´s foram insuficientes para resolver os problemas da região. As acções integradas de base territorial (AIBT) não tinham capacidade para ir muito longe porque eram políticas isoladas", defendeu aquele responsável.

Por isso no actual quadro comunitário privilegia-se o investimento privado. No caso de Penamacor, existem 10 investimentos privados candidatados ao programa Beira Baixa Terras de Excelência que representam 7 milhões de euros. Um pacote onde não está incluído o hotel da quinta do Calafado.


Autores: Paulo Pinheiro e Paula Brito in "Rádio Cova da Beira"

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