segunda-feira, 14 de junho de 2010

Convívio de Pedroguenses 2010

O meu relato e um apelo


Teve lugar ontem, 12 de Junho de 2010, o convívio de pedroguenses na Associação Desportiva e Cultural de Vila Fria, a que tive o prazer de estar presente, como tem sucedido em anos anteriores.

Pareceu-me que havia menos pessoas do que noutros convívios: fruto da crise, desinteresse ou falta de acesso à divulgação? Fosse qual fosse o motivo, ficou-me essa percepção. Mas notou-se um enorme o entusiasmo dos que compareceram e tive oportunidade de apreciar o privilégio que significa um evento deste género – em boa hora tornado prática anual. Como sou Virgem (nasci a 25 de Agosto), sou de lágrima fácil e procuro estar sempre atento aos problemas que nos rodeiam. Apreciei, por isso, (mais) essa feliz oportunidade de reviver os momentos idos e de trocar impressões com alguns patrícios nossos que, tendo em comum o grande amor à terra em que nascemos, mourejam (ou mourejaram) por outras terras na busca de uma vida melhor. Encontrei pessoas que já não via há mais de 50 anos e foi uma óptima ocasião para passar em revista os principais acontecimentos entretanto ocorridos. Foi, igualmente, com inultrapassável emoção que apreciei os discursos proferidos:
- pelo senhor Presidente da Junta de Freguesia – responsável próximo pela condução das operações de concretização do convívio e, que, por isso, se torna credor de uma palavra de agradecimento;
- pelo senhor Presidente da Câmara Municipal de Penamacor (também pedroguense), que, entre outras coisas, deu conhecimento do propósito de ser instituída uma Liga de Amigos do Pedrógão, com a finalidade altruísta de prossecução de objectivos de solidariedade social;
- pela senhora ex-dirigente da Associação Cultural de Vila Fria que, não sendo natural do Pedrógão de S. Pedro, tem dado todo o seu apoio a estas realizações.

Cometeria uma enorme injustiça se não realçasse o esforço e dedicação de toda a vasta equipe que se disponibilizou para que nada faltasse, em termos de comes-e-bebes e de apoio a todos os participantes e se não deixasse umas palavras do meu maior apreço pela exibição da Tuna Académica e do Rancho Folclórico, que – como vem sendo seu timbre – fez uma excelente exibição.

Em privado, só perguntei ao senhor Presidente da Junta de Freguesia se seria desta que a nossa querida Escola Dr. Augusto Falcão (por onde passaram todas as crianças do Pedrógão, após a sua edificação na década de 30) vai encerrar as suas portas…

Conversei igualmente com elementos responsáveis pelo Rancho Folclórico, que muito aprecio, e tive o prazer de conversar com a autora dos maravilhosos vitrais que, desde a última Páscoa, passaram a embelezar a nossa Igreja Matriz.

E é depois de tudo isso e com sentida emoção que permito lançar o apelo que segue: iniciativas deste género não podem definhar; a Associação tem de continuar; o Rancho Folclórico não pode acabar (e enorme pena sinto eu por ter acabado a banda de música, na qual tocaram o meu pai e o meu irmão mais velho). Todas as iniciativas são bem vindas e devem ser desenvolvidas para que a nossa terra não se desertifique cada vez mais, sob pena de desaparecer do mapa.

Há uns anos atrás, lembrei-me de sugerir uma campanha de adesão de sócios à Associação Desportiva, Recreativa e Cultural. Eu próprio aderi e consegui que alguns (poucos) pedroguenses o fizessem. Sei que a vida está cada vez mais difícil para todos. Mas, se o está para cada um de nós, certamente que o estará ainda mais para as agremiações colectivas – por definição, ao serviço de toda a colectividade. Mas acredito no espírito de solidariedade e em que a união faz a força. Cinco euros por mês não fazem falta a ninguém (pouco mais dão do que para comprar um maço de cigarros e pagar um café) mas cinco euros dados por uma centena ou duas de pessoas já poderá significar uma (embora pequena) ajuda para suportar os encargos fixos, cada vez de montante mais elevado, com a manutenção dessas actividades colectivas, que tanta satisfação nos dão. Cá fica, pois, o meu apelo – que ninguém me encomendou.

Se houver adesões, ganharemos todos: os que vivem no Pedrógão de S. Pedro e os que, com maior ou menor frequência, o visitam, com alguma regularidade ou apenas na época das festas ou dos convívios. Se gostamos de ver a nossa terra bonita e a progredir, devemos também contribuir para isso. Muitos poucos fazem muito. Creio que, desta forma, poderemos contribuir para que a iniciativa se não perca.

Autor: Manuel Martins dos Reis
Retirado daqui.

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