sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Campanha de solidariedade na origem de nova associação

Ajudar com um pé em África e outro em Penamacor

Os primeiros donativos recolhidos na região pela associação Solidariedade sem Fronteiras seguiram para Lisboa, mas ainda há espaço no contentor que vai para Moçambique.

O concelho de Penamacor tem uma nova associação vocacionada para o apoio social a países africanos, mas também à região onde está implantada. Na origem desta está um projecto de solidariedade que levou Andreia Martins a Moçambique entre Novembro de 2007 e Março de 2008. Neste período a jovem penamacorense trabalhou numa aldeia da província de Inhambane, onde contactou com crianças órfãs e se apercebeu das necessidades dos habitantes locais.

De regresso a Portugal ficou a vontade de continuar a ajudar aqueles com quem tinha contactado. É então que começa a recolha de donativos com destino à antiga colónia portuguesa, tendo como meta encher um contentor que viajaria por via marítima. Ao longo dos últimos meses a campanha foi crescendo e em Julho passou mesmo pela Feira das Actividades Económicas de Penamacor, onde esteve a recolher donativos e mostrou alguns dos objectos tradicionais que trouxe de Moçambique.

A vontade passava pela formação de uma associação, como Andreia Martins transmitiu ao Reconquista em Maio deste ano. Objectivo que acabou por ser cumprido nos últimos meses, com o registo no Conservatório Notarial de Competência Especializada de Castelo Branco. O nome escolhido diz tudo: Solidariedade sem Fronteiras.

Andreia Martins – que assume a direcção com Pedro Agapito e João Antunes - explica que a associação “tem vários objectivos, nomeadamente o apoio a jovens, idosos, desenvolvimento local, formação” entre outras ideias que aguardam concretização. Tal como uma sede, necessidade que vai sendo colmatada com a ajuda da Junta de Freguesia de Aldeia de João Pires, que disponibilizou a cave da sua sede para que o trabalho não pare. No espaço acumulam-se caixas e sobretudo sacos de roupa, que nos últimos dias foram transportados para Lisboa e colocados dentro do ansiado contentor. Ainda sobrou algum espaço e por isso a Solidariedade sem Fronteiras vai continuar a reunir donativos até dia 17 de Outubro, seguindo para a capital no dia 22.

Os donativos têm chegado de vários locais.“Trouxemos imensas coisas de Castelo Branco de outras associações que nos apoiaram”, diz Andreia Martins, que enumera os casos da freguesia de Boidobra (Covilhã) e do Vale da Sr.ª da Póvoa, aldeia penamacorense onde foi dinamizada por Renato Silva e Susana Almeida. A associação contou ainda com os apoios da Câmara Municipal de Penamacor, Sporting Clube da Covilhã, Associação Desportiva da Estação, Cruz Vermelha de Vilar Formoso, Casa de Infância e Juventude de Castelo Branco e da empresa de transporte de mercadorias Arnaud.

O trabalho não pára com a primeira remessa para Moçambique e a Solidariedade sem Fronteiras está de olho em Angola. No entanto os donativos que não puderem seguir para África serão distribuídos por instituições portuguesas.

“Precisamos muito de financiamento, isto não se faz só pela nossa vontade”, diz Andreia Martins. Pela frente há ainda muito trabalho e ideias que começam a ganhar corpo, como um projecto de integração social vocacionado para deficientes.

A Solidariedade sem Fronteiras está na internet em http://solidariedadesf.blogspot.com, podendo ser contactada através do endereço de correio electrónico solidariedadesf@gmail.com ou pelo telefone 96 887 41 15.


Autor: João Carrega in jornal "A Reconquista"

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