quinta-feira, 2 de julho de 2015

"Casa inteligente" para abelhas criada na Universidade de Aveiro


Com 25 anos, Miguel Bento, natural de Penamacor, viu-se confrontado com um conjunto de colmeias vazias como herança de família, que povoou com um enxame oferecido por um primo
Texto de Lusa • 30/06/2015 - 16:02

Um jovem engenheiro electrónico, que herdou umas colmeias vazias do avô, criou na Incubadora de empresas da Universidade de Aveiro uma “colmeia inteligente” climatizada, que permite controlar o estado dos enxames à distância.

Com 25 anos, Miguel Bento, natural de Penamacor, viu-se confrontado com um conjunto de colmeias vazias como herança de família, que povoou com um enxame oferecido por um primo, mas depressa se deu conta de que perdia dezenas de milhares de abelhas por ano. Engenheiro com mestrado em Electrónica e de Telecomunicações pela Universidade de Aveiro (UA), Miguel Bento resolveu por isso unir o interesse pela apicultura ao conhecimento na área da electrónica e criar um sistema que pudesse melhorar as condições de vida das abelhas, bem como facilitar o trabalho dos apicultores.

Bento juntou-se a Joel Oliveira e André Oliveira, dois outros ex-alunos da UA, nas áreas de gestão e design de produto e assim nasceu na Incubadora de Empresas da Universidade a Apis Technology, para desenvolver uma “colmeia inteligente”. Ao fim de três anos de trabalho chegaram a um protótipo que possibilita a climatização automática do ambiente das abelhas, evitando mortes desnecessárias resultantes das variações de temperatura, e dotado de um sistema de monitorização que permite que os apicultores tenham acesso, em tempo real, a tudo o que se passa com os seus enxames.

A tecnologia de monitorização consiste num sistema de controlo e numa caixa de sensores colocados no seu interior, que são conectados a um sistema central que agrega os dados de várias colmeias, se for o caso, e os envia para uma plataforma Web. A solução permite controlar o estado dos enxames e evitar visitas regulares e desnecessárias às colmeias, poupando tempo e recursos, recebendo alertas quando existe uma alteração do fluxo de abelhas ou da produção de mel, se suspeita que houve tentativa de roubo ou ataque, ou existem indícios de que as abelhas possam estar sob a propagação de alguma praga ou sob o ataque de predadores, como a vespa asiática.


In jornal "Público"

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