O conselho geral da Universidade da Beira Interior escolheu este sexta-feira o novo reitor da instituição. António Fidalgo recolheu 18 votos, contra os 11 obtidos por João Queiroz.
Sexta, 05 de Julho de 2013 por Paulo Pinheiro in "Rádio Cova da Beira"
CURRICULUM VITAE
ANTÓNIO CARRETO FIDALGO
Data de Nascimento: 14/02/1956
1. Formação Académica
1962-1966: Escola Primária de Aldeia de João Pires, Penamacor (4ª Classe)
1966-1974: Seminários Diocesanos da Guarda (Conclusão do 12º ano)
1975-1978: Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa (Bacharel em Filosofia)
1979-1981: Universidade de Würzburg, Alemanha (Magister Artium)
1981-1985: Universidade de Würzburg, Alemanha (Doctor Philosophiae)
1987-1989: Universidade de Colónia, Husserl Archiv, Alemanha
1990: Universidade Católica Portugesa, Doutor em Filosofia
1998-1999: Universidade Harvard, EUA, Visiting Scholar
1999: Universidade da Beira Interior, Agregação em Ciências da Comunicação
2. Bolsas de Estudo
1968-1974: Instituto de Obras Sociais, do 7º ao 12º anos de escolaridade
1980-1981: Institut für Begabtenförderung der Konrad Adenauer Stiftung, Alemanha (Magister Artium)
1982-1984: Institut für Begabtenförderung der Konrad Adenauer Stiftung, Alemanha (Doctor Philosophiae)
1987-1988: Fundação Calouste Gulbenkian, Husserl Archiv, Universidade de Colónia, Alemanha
1988-1989: Institut für Begabtenförderung der Konrad Adenauer Stiftung, Husserl Archiv, Universidade de Colónia, Alemanha
1988-1989: Fundação Luso-Americana, Universidade de Harvard
1988-1989: Fundação para a Ciência e Tecnologia, Universidade de Harvard
3. Universidades em que leccionei
1981-1982: Universidade de Bamberg, Alemanha, Leitor de Português
1982: Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Docente de Filosofia
1984-1987: Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Docente de Filosofia
1989-1991: Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Docente de Filosofia
1991-2013: Universidade da Beira Interior, Ciências da Comunicação
2009: Universidade Federal da Bahia, Ciências da Comunicação
2009: Universidade Santiago de Compostela, Ciências da Comunicação
4. Carreira Académica
1984-1990: Assistente da Universidade Católica Portuguesa
1990-1991: Professor Auxiliar da Universidade Católica Portuguesa
1991-1995: Professor Auxiliar da Universidade da Beira Interior
1995-2000: Professor Associado da Universidade da Beira Interior
2000-2013: Professor Catedrático da Universidade da Beira Interior
2012-2013: Professor Convidado da Universidade Federal da Bahia, Brasil
5. Cargos na Academia
1989-1991: Secretário do Conselho de Publicações da Faculdade de Teologia da UCP
1991-1996: Primeiro Director do Curso de Comunicação Social da UBI
1993-1998: Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI
1993-1998: Membro do Senado e da Assembleia da Universidade da UBI
1995-1998: Director do CREA-Centro de Audiovisuais e Multimédia da UBI
1995-2000: Primeiro Director do Curso de Mestrado em Ciências da Comunicação
1996-1998: Primeiro Director do Curso de Língua e Cultura Portuguesas
1995-1996: Vice-Reitor da UBI, Reitor Prof. Cândido Manuel Passos Morgado
1996-1998: Vice-Reitor da UBI, Reitor Prof. Manuel José Santos Silva
2000-2008: Primeiro Director da Faculdade de Artes e Letras da UBI
2000-2008: Membro do Senado e da Assembleia da Universidade da UBI
2000-2002: Primeiro Director de Curso de Design Multimédia
2003-2005: Primeiro Director de Curso de Cinema
2008: Membro da Assembleia Estatutária da UBI
2013: Membro da Direcção do único Doutoramento FCT em Ciências da
Comunicação (UMinho, UBI, ISCTE, ULusófona)
6. Liderança Científica
2002-2013: Director do LabCom – Laboratório de Comunicação Online, Unidade de
Investigação Avaliada com Muito Bom pela FCT, Projecto Estratégico – UI 661 – 2011-2012, Financiamento: € 126.060,00
2000-2004: Investigador Responsável de “AKADEMIA-Information Technology and New Types of Journalism On-line”; POCTI/COM/36216/2000, Financiamento: € 119.112,94
2005-2008: Investigador Responsável do Projecto “Informação e persuasão na Web”; POCI/COM/58750/2004, Financiamento: € 25.000,00
2013-2015: Investigador Responsável de “Public and Private in Mobile Communications”, CENTRO-07-ST24-FEDER-002017, Financiamento: € 179940,94
7. Participação em projectos internacionais
2004-2006: Investigador da Rede ICOD – Proyecto Comunicadores Digitales (ALFA: II-0332-A); Financiado pela União Europeia
2011-2013: Consultor do projecto Laboratório de Jornalismo Convergente (PPP0060/2011); Financiado pela CNPq/FAPESB – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Brasil)
2013/2016: Investigador no projecto Audiencias Activas y Periodismo: Análisis de la calidad y la regulación de los contenidos elaborados por los usuarios (CSO2012-39518-C04-03); Financiado pelo Ministerio de Economía y Competitividad (Espanha);
8. Orientações de Doutoramento
Oito Orientações de doutoramento;
Três Co-orientações de doutoramento.
9. Cargos Nacionais
2004-2005: Presidente da Comissão de Avaliação Externa da CNAVES dos Cursos Universitários de Comunicação
2004-2006: Coordenador do Painel de Avaliação de Bolsas Individuais da FCT –
Fundação para a Ciência e Tecnologia, na área de Ciências da Comunicação: Mestrado, Doutoramento e Pós-Doutoramento
10. Iniciativas na academia
1996-1998: Criação e direcção do Ubiversitas. Boletim mensal de informação da UBI
1999-2007: Criação e direcção da BOCC – Biblioteca Online de Ciências da Comunicação
2000-2008: Criação e direcção do Urbi et Orbi, semanário online de informação da UBI, da região e do mundo
2006-2011: Criação e direcção da Editora Livros LabCom
11. Publicações
Livros (autor)
2013: Ética Mínima. Pequeno Guia para Tempos Difíceis, São Paulo: Intercom.
1996: Semiótica, a Lógica da Comunicação, Covilha: UBI.
1993: Joaquim, o último dos profetas, Lisboa: Cotovia.
1990: O Realismo da Fenomenologia de Munique, Braga: Faculdade de Filosofia.
Livros (co-organizador)
2013: Dez anos de Comunicação Digital, Coimbra: Minerva (no prelo).
2005: Estética e Tecnologias da Imagem, António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
2005: Teorias e Estratégias Discursivas, orgs. António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
2003: Jornalismo Online. Informação e Comunicação Online Vol. I, António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
2003: Mundo Online da Vida e Cidadania. Informação e Comunicação Online Vol. III,
João Carlos Correia, António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
Capítulos de Livros (últimos quatro anos)
2013: “Liberdade como participação em Isaiah Berlin” in Paulo Serra, Eduardo Camilo e Gisela Gonçalves (org.), Participação Política e Web 2.0, Covilhã: UBI.
2013: “O celular como rádio de pilhas na era da internet. Rádio IP no celular” in Suzana Barbosa e Luciana Mielniczuk (org.), Jornalismo e Tecnologias Móveis, Covilhã: UBI.
2012: “Elegias da Cultura na Era da Internet” in Ana Teresa Peixinho; Carlos Camponez, Alexandre Sá (orgs.), Aprofundar a Crise. Coimbra: Universidade de Coimbra.
2011: “Conectados e tutelados. Uma revisitação tecnológica da esfera pública” in João Correia e Rousiley Maia (orgs.), Public Sphere Reconsidered, Covilhã: UBI.
2010: “Da retórica às indústrias da persuasão” in Ivone Ferreira e Gisela Gonçalves (orgs.), Retórica e Mediatização: As Indústrias da Persuasão, Covilhã: UBI.
2009: “Especificidade Epistemológica do Jornalismo: desfazendo uma ilusão do jornalismo cidadão”, in Gustavo Cardoso, Francisco Rui Cádima, Luis Landerset Cardoso (orgs.). Media, Redes e Comunicação, Lisboa: Quimera, pp. 219-230.
2009: “Todos os jornais no bolso”, in Carla Rodrigues (org). Jornalismo on-line: modos de fazer. Rio de Janeiro, Porto Alegre : Editora PUC-Rio, Editora Sulina, Brazil, pp. 99-117.
Artigos em Revistas Internacionais (últimos quatro anos)
2011: Fidalgo, António e Canavilhas, João (2011). “Aula Permanente Sin Paredes. Uso de una Intranet en la Enseñanza Universitaria. Revista El Profesional de la Información, enero-febrero, vol. 20, n.2, pp. 191-195. Espanha.
2009: “PUSHED NEWS: When the news comes to the cellphone”, in Brazilian Journalism Research 5/2, pp. 113-124, São Paulo, Brasil.
2009: “O celular de Heidegger – comunicação ubíqua e distância existencial”, in Matrizes 3/1, pp. 81-98, USP, São Paulo, Brasil.
12. Comunicações INTERNACIONAIS por convite (últimos quatro anos)
2012-11-08: “Leitura e escrita na era dos tablets: da lousa escolar à biblioteca universal”, conferência inaugural do IV Colóquio Internacional de Semiótica, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Brasil.
2012-09-18: “Cultura e Média Digitais. Elegias e ditirambos”. No Pentálogo III, Internet: viagens no espaço e no tempo, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil
2012-04-23: “Presenças e Ausências na Sociedade Móvel”. Conferência inaugural do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. São Salvador, Brasil.
2011-11-10: “Comunicação Ubíqua e Sociedade Móvel”, 2º SEMICOM, Universidade Federal da Amazónia, Manaus, Amazónia, Brasil.
2011-11-08: “A Função-Signo do Celular. Produção e consumo de sentidos na sociedade móvel”, 2ª Conferência Internacional de Comunicação e Semiótica na Amazónia, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, Brasil.
2011-05-25: ” Limited Effectiveness of Argumentation in Mediated Communication”, International Colloquium – Inside Arguments – Logic vs Argumentation Theory, Universidade de Coimbra, Portugal.
2010-10-20: “Direitos do Internauta vs Direitos de Autor, Colóquio Agora – Propiedad intelectual y nuevas tecnologías, Badajoz, Espanha.
2010-07-01: “Cultura e Ciência na Universidade”, Universidade do Mindelo, Cabo Verde.
2009-11-12: “Journalism and mobile internet” em 1. Congreso Internacional de Ciberperiodismo e Web 2, Bilbau, Espanha.
13. Textos na imprensa
(Jornal do Fundão, Notícias da Covilhã, Público, Diário de Notícias, Urbi et Orbi)
2009: Os Tempos e os Modos da UBI. Pensar a UBI em contexto.
1998: Ubiversidade. Dispersos sobre a Universidade em geral e a UBI em particular.
AS RAZÕES DA CANDIDATURA:
Ser reitor é um imperativo, não é um objectivo. A UBI não é um emprego, não é uma universidade entre outras, é a minha universidade. Não posso ser indiferente ao seu destino e aos desafios que enfrenta; não posso refugiar-me no conforto das minhas aulas, do meu laboratório e dos textos que publico; não posso deixar de ser solidário com todos os alunos, docentes e funcionários que fazem universidade no interior de Portugal e ambicionam uma universidade melhor.
Candidato-me de livre vontade, por iniciativa própria. Ninguém me obriga e nada me move a ser reitor que não seja responder à obrigação que, em consciência, tenho para com a UBI. É um imperativo que nasce da convicção de que serei um bom reitor, de que a universidade cumprirá melhor a sua missão de formar pessoas, transmitir conhecimento, fazer ciência e contribuir para o desenvolvimento da região.
Se ser reitor fosse um objectivo, mesmo que de realização pessoal ou profissional, então o motivo da candidatura estaria no cargo de reitor e não no destino da instituição. E, mais grave ainda, a missão da universidade ficaria submetida a um desígnio meramente pessoal. Considero que a glória de mandar na universidade não é razão bastante para uma candidatura a reitor.
Mas se ser reitor é um imperativo surgido de uma convicção, qual o fundamento desta? Uma convicção sem fundamento não passa de presunção e esta é arbitrária, cada um toma a que quiser. A convicção de que serei um bom reitor creio-a bem fundamentada; ela advém da minha história, dos graus e bolsas que recebi em Portugal e no estrangeiro, do meu trajecto de professor em várias universidades, dos cargos que exerci, das iniciativas que tomei, do que fiz e escrevi, das equipas que liderei, da coesão que promovi, do rigor que exigi, dos doutorandos que orientei e dos percursos académicos que incentivei e apoiei. O fundamento está no exame que faço do meu currículo.
No entanto, por mais sério e rigoroso que seja este exame do currículo e da sua adequação a uma candidatura reitoral, não deixa de ser o exame de apenas um e, ainda por cima, em causa própria. Mesmo as convicções mais sólidas necessitam da aferição do juízo alheio. É indispensável ouvir os outros, saber o juízo que fazem das nossas convicções e das razões que as alimentam. E foi isso que fiz. Ouvi colegas e pessoas que prezo e respeito sobre a minha capacidade e aptidão para reitor, e o seu juízo confirmou a minha convicção. O imperativo é só meu, mas a convicção em que se funda é partilhada.
Escolhi como lema da minha candidatura “uma universidade coesa e plural”. Quem conhece a UBI e o momento que vive sabe quão necessária é essa coesão, quão importante é a tarefa de envolver todos na vida da universidade. Há uma desmobilização nos departamentos, as faculdades distanciaram-se, e as unidades de investigação continuam tão isoladas como sempre. É preciso que o reitor e a sua equipa iniciem uma tarefa de aproximação das pessoas, que catalisem presenças e mobilizem iniciativas comuns, de modo a preencher os espaços vazios que ameaçam a vida da UBI. Sei que posso contribuir decisivamente para essa coesão. Fá-lo-ei mediante uma relação personalizada com professores, alunos e funcionários. Durante o mandato hei-de conhecer pelo nome todos os funcionários e docentes da UBI. Visitarei regularmente os departamentos e serviços e, com o máximo de informalidade possível, darei azo a que as pessoas expliquem o seu trabalho, façam os reparos que têm a fazer e apresentem as sugestões que acharem por bem. Em particular, envidarei todos os esforços para que os ambientes de trabalho sejam humanamente saudáveis, de relações cordiais e motivadores no desempenho das funções.
Um bom ambiente de trabalho dentro da UBI é fulcral para o cumprimento da sua missão. E isso consegue-se com imparcialidade e exigência, por exigir de todos e não privilegiar ninguém. Consegue-se com um forte sentido de justiça e uma prática de isenção, por respeitar o trabalho de cada um, pela atribuição de responsabilidades, por reconhecer e premiar quem cumpre e não desculpar quem não cumpre. É preciso que a vida universitária se paute pelos princípios da integridade académica.
Proponho também uma universidade plural, de respeito pelas diferenças próprias de cada área. Considero que a multiplicidade e a diversidade são uma riqueza a cultivar. Não haverá pensamentos únicos, nem procedimentos estandardizados, as avaliações respeitarão as diferenças, sem o menor prejuízo da exigência. Sobretudo, haverá respeito pela autonomia de cada faculdade, conforme estabelecido nos Estatutos.
A UBI afirmará a Beira Interior. Pugnará pela região. Será um actor a juntar-se aos actores regionais, autarcas, deputados, empresários, associações, politécnicos e escolas, de modo a que todos se unam e se façam ouvir no contexto nacional. Deslocar-me-ei a todos os municípios do interior, do Douro ao Tejo, falarei com todos os presidentes de câmara para estabelecer parcerias e promover a cooperação em projectos de desenvolvimento. Para que todos na Beira Interior saibam e sintam a UBI como a sua universidade.
O imperativo de ser reitor é de o ser de forma plena.
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