A festa foi tão rija que até teve
direito a banda. As velas cravadas no bolo não enganam: são 107 anos de
vida. Piedade Conceição nasceu a 15 de fevereiro de 1906 em Aldeia de
João Pires, no concelho de Penamacor. Há oito anos fixou morada na
Quinta de Nossa Senhora do Incenso, onde está aos cuidados do Lar Dona
Bárbara Tavares da Silva.
Luísa Leitão trabalha há 33 anos na instituição e não tem dúvidas: "nunca me passou pelas mãos uma pessoa assim". Piedade está cega há vários anos e mais recentemente a audição também começou a dar problemas. Mas mesmo assim não perde o contacto com as pessoas que a rodeiam.
"Ela tem uma sensibilidade terrível e às vezes admiro-me porque basta um toque nosso e ela sabe quem é que a está a tocar. É uma coisa impressionante", conta a funcionária do lar. "Ainda esta manhã fui acordá-la com um beijo e ela disse logo que era eu", relata.
Piedade Conceição não casou nem foi mãe, mas criou alguns sobrinhos. "Não posso dizer que ela é minha tia, é quase uma segunda mãe", diz António Matos, de 53 anos, que perdeu a mãe aos nove. "Foi complicado ao início mas ela soube sempre dar-nos acompanhamento", lembra o sobrinho.
Na balança das qualidades e defeitos, António destaca a teimosia de uma pessoa que sabe o que quer. "Ela conseguia fazer ver os seus pontos de vista, por vezes não da maneira mais simpática. Mas era demasiado espontânea para as pessoas levarem a mal aquilo que dizia", diz o sobrinho.
Laurinda Cardoso, de 69 anos, diz que a tia é boa e simpática "mas também era muito refilona quando algo não estava bem para ela". Luísa Leitão confirma que Piedade continua dona do seu nariz, ao ponto de orientar as roupas. E até faz questão de escolher as cores que quer vestir...apesar de não ver.
A mãe da aniversariante faleceu com 97 anos e há mais duas mulheres na família que viveram para lá dos 90, confirma o sobrinho António Matos.
Os parabéns foram cantados pela banda filarmónica União de Aldeia de João Pires e Piedade teve direito a missa celebrada pelo pároco Manuel Toscano e os parabéns do presidente da Câmara Municipal de Penamacor, Domingos Torrão. Mulher de poucas palavras - pelo menos com os jornalistas - Piedade Conceição lá deixou escapar que "foi uma missa muito linda".
Luísa Leitão trabalha há 33 anos na instituição e não tem dúvidas: "nunca me passou pelas mãos uma pessoa assim". Piedade está cega há vários anos e mais recentemente a audição também começou a dar problemas. Mas mesmo assim não perde o contacto com as pessoas que a rodeiam.
"Ela tem uma sensibilidade terrível e às vezes admiro-me porque basta um toque nosso e ela sabe quem é que a está a tocar. É uma coisa impressionante", conta a funcionária do lar. "Ainda esta manhã fui acordá-la com um beijo e ela disse logo que era eu", relata.
Piedade Conceição não casou nem foi mãe, mas criou alguns sobrinhos. "Não posso dizer que ela é minha tia, é quase uma segunda mãe", diz António Matos, de 53 anos, que perdeu a mãe aos nove. "Foi complicado ao início mas ela soube sempre dar-nos acompanhamento", lembra o sobrinho.
Na balança das qualidades e defeitos, António destaca a teimosia de uma pessoa que sabe o que quer. "Ela conseguia fazer ver os seus pontos de vista, por vezes não da maneira mais simpática. Mas era demasiado espontânea para as pessoas levarem a mal aquilo que dizia", diz o sobrinho.
Laurinda Cardoso, de 69 anos, diz que a tia é boa e simpática "mas também era muito refilona quando algo não estava bem para ela". Luísa Leitão confirma que Piedade continua dona do seu nariz, ao ponto de orientar as roupas. E até faz questão de escolher as cores que quer vestir...apesar de não ver.
A mãe da aniversariante faleceu com 97 anos e há mais duas mulheres na família que viveram para lá dos 90, confirma o sobrinho António Matos.
Os parabéns foram cantados pela banda filarmónica União de Aldeia de João Pires e Piedade teve direito a missa celebrada pelo pároco Manuel Toscano e os parabéns do presidente da Câmara Municipal de Penamacor, Domingos Torrão. Mulher de poucas palavras - pelo menos com os jornalistas - Piedade Conceição lá deixou escapar que "foi uma missa muito linda".
Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"
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