segunda-feira, 7 de julho de 2014

CORPORAÇÕES DESCONTENTES

 
 
As direcções dos bombeiros voluntários de Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor pediram uma reunião, com carácter de urgência, ao conselho de administração do centro hospitalar da Cova da Beira. Em causa estão os atrasos no pagamento das verbas de transporte de doentes, que nalguns casos já se verificam desde Agosto do ano passado.

Em declarações à RCB, o presidente da direcção dos bombeiros de Penamacor sublinha que essa situação que tem trazido vários constrangimentos às corporações “o centro hospitalar da Cova da Beira já há algum tempo que vem atrasando cada vez mais as verbas do pagamento de transporte de doentes e a situação está a tornar-se insustentável uma vez que todas as associações vivemos com grandes dificuldades e fazemos um esforço enorme no sentido de manter os pagamentos aos nossos fornecedores em dia; temos feito várias diligências no sentido de essas verbas nos serem pagas mas sem qualquer resposta; no nosso caso concreto já desde Agosto do ano passado que não recebemos, acontece o mesmo com as outras corporações, e estimo que entre as quatro associações o valor dessa dívida já ronde os 500 mil euros”.
Porfírio Saraiva crítica ainda a opção seguida pelo centro hospitalar em adquirir duas viaturas para transporte de doentes antes de pagar a dívida às corporações “soubemos que o centro hospitalar adquiriu duas viaturas de transporte de doentes para dar menos serviços aos bombeiros mas a partir das 16:30 e aos fins de semana, para não pagarem horas aos funcionários, continuam a solicitar aos bombeiros esses serviços; isso para nós não está correcto porque não tem dinheiro para nos pagar mas já tem dinheiro para comprar viaturas e só nos chamam para evitar o pagamento de horas extraordinárias e naturalmente que essa situação não nos agrada”.
De acordo com os responsáveis dos bombeiros, o valor global da dívida às quatro corporações já ronda os 500 mil euros e vai ser pedido ao centro hospitalar a apresentação dum plano de pagamentos que seja cumprido “nós queremos aquilo com que podemos contar e para isso vamos solicitar a apresentação de um mapa de pagamentos e com prazos para podermos também organizar os nossos orçamentos; por isso avançámos em conjunto com esse pedido de reunião urgente para clarificar todas estas situações”.
Na resposta o presidente do conselho de administração do centro hospitalar da Cova da Beira garantiu que essa reunião vai decorrer durante a próxima semana “a única coisa que solicitámos foi que nos informassem quais os assuntos que pretendiam abordar nessa reunião e já temos essa informação; é sabido que já há algum tempo que o centro hospitalar se debate com problemas de natureza financeira e esta dívida aos bombeiros é mais um aspecto que temos estado a procurar resolver junto da tutela, tentando pagar o que for possível de uma forma faseada”.
Miguel Castelo Branco acrescenta que “nós temos esta questão reportada ao ministério da saúde, penso que vai haver uma outra oportunidade para serem feitos pagamentos para amortizações de passivo e é óbvio que nessas circunstâncias vamos ter em consideração estas particularidades; nós reconhecemos que os bombeiros prestam um serviço ímpar e extremamente importante às populações e também ao centro hospitalar e de maneira nenhuma pretendemos que os bombeiros deixem de exercer essa função tão importante; de qualquer maneira o centro hospitalar também vai continuar a desenvolver medidas no sentido de tornar mais racional e sustentável o serviço que presta às populações e evite perpetuar esta situação de dificuldade a fazer pagamentos”.

Autor: Nuno Miguel in "Rádio Cova da Beira"

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