Penamacor, 18 fev (Lusa) - A Câmara de Penamacor não tem verbas para recuperar a antiga Casa do Teatro, localizada em Pedrógão de São Pedro, um edifício que foi recentemente classificado como monumento de interesse público, disse hoje o presidente da autarquia.
Em declarações à Lusa, António Luís Beites esclareceu que o valor de uma eventual recuperação "seria absolutamente incomportável" para as contas do município, porque "atualmente o imóvel está em avançado estado de degradação, só restando as quatro paredes", uma das quais em risco iminente de ruína.
"Infelizmente, esta classificação não traz com ela a verba necessária para fazer obras e na câmara também não dispomos do orçamento que nos permita fazer um investimento de tão elevada monta", lamentou.
O autarca ressalvou que a situação poderá ser revertida, caso seja encontrado um financiamento.
"Ficarmos atentos a todos os programas para verificar se existe algum a que possamos candidatar a algum projeto", apontou.
António Luís Beites referiu ainda que será pedido um parecer ao Instituto de Gestão do Património Arquitetónico (IGESPAR), mas "tendo em conta o atual estado de degradação", a autarquia vai proceder "de imediato" aos trabalhos necessários para tentar evitar a queda da parede que está em risco.
O presidente da câmara, que foi eleito a 29 de setembro, desconhece as circunstâncias que levaram ao abandono do edifício, mas sublinha que o mesmo já estava desocupado e abandonado quando foi adquirido pelo município, há cerca de 10 anos.
A classificação como monumento de interesse público da Casa de Teatro de Pedrógão foi publicada em Diário da República no dia 12 de fevereiro.
A portaria refere que "apesar de interiormente descaracterizada, por via do mau uso e relativo abandono a que foi sujeita a partir da segunda década do século XX, a Casa do Teatro constitui uma importante referência social e cultural da localidade, sendo mesmo possível que se trate de um dos mais antigos teatros da região ou mesmo do território nacional".
Em termos arquitetónicos, é referido que o imóvel, que está enquadrado no núcleo histórico de Pedrógão, foi erguido em 1616 e que tem "uma sóbria construção vernacular, em cujo exterior se destacam as cantarias graníticas".
In "Porto Canal".
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