sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Jovem autor conta história do monumento


Memorial do Convento de Santo António

Quatrocentos anos após a sua criação, a história do Convento de Santo António acaba de receber mais um contributo, através do lançamento de um livro. O autor chama-se Hélder Henriques e tem apenas 24 anos.
O ano de 1571 ainda mal vai no começo quando Gaspar de Elvas parte de Penamacor com a missão de levar à Ordem Terceira Franciscana a vontade da vila raiana em ter um convento. O desejo é tal que bastam apenas cinco dias para o pedido receber luz verde e poucos meses para a obra começar a ganhar forma. A história do Convento de Santo António de Penamacor tem mais de 400 anos e acaba de ver mais alguma luz, graças a um jovem de 24 anos. Hélder Henriques é o autor de “O Convento de Santo António de Penamacor: Um contributo para a sua História”, uma edição da Câmara Municipal de Penamacor que vem revelar alguns factos inéditos e desmistificar outros que de factos têm muito pouco.
“Sempre tive muita curiosidade em saber um pouco mais da sua história e aquilo que eu conhecia era relacionado com um certo romantismo que existia”, diz o autor, que quis dar desta maneira a real ideia da fundação do Convento. A começar no nome de Gaspar de Elvas, apontado como o fundador do Convento mas que foi “apenas o mensageiro”, que levou o pedido até Portalegre. Os habitantes de Penamacor, do mais simples ao mais nobre, comprometiam-se a colocar a obra de pé. A promessa, como prova o livro, não foi vã e as obras começaram em Maio de 1571. “Houve um certo bairrismo apesar de existir uma distinção entre a elite e aqueles que trabalhavam na obra”, explica Hélder Henriques. A vontade dos penamacorenses deu frutos ao ponto de o Convento “gerar à época toda uma economia”, explica o autor. O rebanho com cerca de 400 cabeças de gado é a prova disso mesmo. O livro que Hélder Henriques acaba de lançar não é o capítulo final de uma história bem mais complexa, mas sim “um ponto de partida”, diz o autor. Este promete continuar a escrever sobre a história do concelho de Penamacor e a prova disso é o texto dedicado ao Hospital Civil de Penamacor, publicado recentemente na revista de cultura “Estudos de Castelo Branco”. O século XX albicastrense está a ser alvo do estudo do jovem docente que também pretende estudar Pedrógão de S. Pedro, a sua aldeia natal.
Para o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, o Convento de Santo António é uma das jóias da coroa do concelho, que só encontra paralelo no Cimo de Vila, a zona histórica da sede. Domingos Torrão confessa-se sensibilizado por ver um jovem escrever sobre a história local e garante que a conclusão das obras a que o monumento tem sido submetido nos últimos anos “está para breve”. O espaço não é propriedade da autarquia - mas sim da Santa Casa da Misericórdia de Penamacor - mas esta está interessada em abrir as portas aos turistas. “Temos todo o interesse que este convento seja conhecido e possa ser visitado”, refere Ilídia Cruchinho, a vereadora da Cultura da autarquia penamacorense. Nos últimos anos foi recuperada a cobertura, a talha dourada e prossegue a recuperação do soalho da Igreja do Convento.
Em relação a novos lançamentos com o apoio da Câmara Municipal, a vereadora revela que há duas obras de autores do concelho em perspectiva, nomeadamente de literatura infantil e uma monografia em verso. Já esta sexta- feira é lançado mais um livro - “Meimoa de Ontem e de Hoje” - da autoria de António Cabanas.

Autor: José Furtado in A Reconquista

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