O conselho geral da Universidade da Beira Interior escolheu este sexta-feira o novo reitor da instituição. António Fidalgo recolheu 18 votos, contra os 11 obtidos por João Queiroz.
CURRICULUM VITAE
ANTÓNIO CARRETO FIDALGO
Data de Nascimento: 14/02/1956
1. Formação Académica
1962-1966: Escola Primária de Aldeia de João Pires, Penamacor (4ª Classe)
1966-1974: Seminários Diocesanos da Guarda (Conclusão do 12º ano)
1975-1978: Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa (Bacharel em Filosofia)
1979-1981: Universidade de Würzburg, Alemanha (Magister Artium)
1981-1985: Universidade de Würzburg, Alemanha (Doctor Philosophiae)
1987-1989: Universidade de Colónia, Husserl Archiv, Alemanha
1990: Universidade Católica Portugesa, Doutor em Filosofia
1998-1999: Universidade Harvard, EUA, Visiting Scholar
1999: Universidade da Beira Interior, Agregação em Ciências da Comunicação
2. Bolsas de Estudo
1968-1974: Instituto de Obras Sociais, do 7º ao 12º anos de escolaridade
1980-1981: Institut für Begabtenförderung der Konrad Adenauer Stiftung, Alemanha (Magister Artium)
1982-1984: Institut für Begabtenförderung der Konrad Adenauer Stiftung, Alemanha (Doctor Philosophiae)
1987-1988: Fundação Calouste Gulbenkian, Husserl Archiv, Universidade de Colónia, Alemanha
1988-1989: Institut für Begabtenförderung der Konrad Adenauer Stiftung, Husserl Archiv, Universidade de Colónia, Alemanha
1988-1989: Fundação Luso-Americana, Universidade de Harvard
1988-1989: Fundação para a Ciência e Tecnologia, Universidade de Harvard
3. Universidades em que leccionei
1981-1982: Universidade de Bamberg, Alemanha, Leitor de Português
1982: Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Docente de Filosofia
1984-1987: Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Docente de Filosofia
1989-1991: Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, Docente de Filosofia
1991-2013: Universidade da Beira Interior, Ciências da Comunicação
2009: Universidade Federal da Bahia, Ciências da Comunicação
2009: Universidade Santiago de Compostela, Ciências da Comunicação
4. Carreira Académica
1984-1990: Assistente da Universidade Católica Portuguesa
1990-1991: Professor Auxiliar da Universidade Católica Portuguesa
1991-1995: Professor Auxiliar da Universidade da Beira Interior
1995-2000: Professor Associado da Universidade da Beira Interior
2000-2013: Professor Catedrático da Universidade da Beira Interior
2012-2013: Professor Convidado da Universidade Federal da Bahia, Brasil
5. Cargos na Academia
1989-1991: Secretário do Conselho de Publicações da Faculdade de Teologia da UCP
1991-1996: Primeiro Director do Curso de Comunicação Social da UBI
1993-1998: Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI
1993-1998: Membro do Senado e da Assembleia da Universidade da UBI
1995-1998: Director do CREA-Centro de Audiovisuais e Multimédia da UBI
1995-2000: Primeiro Director do Curso de Mestrado em Ciências da Comunicação
1996-1998: Primeiro Director do Curso de Língua e Cultura Portuguesas
1995-1996: Vice-Reitor da UBI, Reitor Prof. Cândido Manuel Passos Morgado
1996-1998: Vice-Reitor da UBI, Reitor Prof. Manuel José Santos Silva
2000-2008: Primeiro Director da Faculdade de Artes e Letras da UBI
2000-2008: Membro do Senado e da Assembleia da Universidade da UBI
2000-2002: Primeiro Director de Curso de Design Multimédia
2003-2005: Primeiro Director de Curso de Cinema
2008: Membro da Assembleia Estatutária da UBI
2013: Membro da Direcção do único Doutoramento FCT em Ciências da
Comunicação (UMinho, UBI, ISCTE, ULusófona)
6. Liderança Científica
2002-2013: Director do LabCom – Laboratório de Comunicação Online, Unidade de
Investigação Avaliada com Muito Bom pela FCT, Projecto Estratégico – UI 661 – 2011-2012, Financiamento: € 126.060,00
2000-2004: Investigador Responsável de “AKADEMIA-Information Technology and New Types of Journalism On-line”; POCTI/COM/36216/2000, Financiamento: € 119.112,94
2005-2008: Investigador Responsável do Projecto “Informação e persuasão na Web”; POCI/COM/58750/2004, Financiamento: € 25.000,00
2013-2015: Investigador Responsável de “Public and Private in Mobile Communications”, CENTRO-07-ST24-FEDER-002017, Financiamento: € 179940,94
7. Participação em projectos internacionais
2004-2006: Investigador da Rede ICOD – Proyecto Comunicadores Digitales (ALFA: II-0332-A); Financiado pela União Europeia
2011-2013: Consultor do projecto Laboratório de Jornalismo Convergente (PPP0060/2011); Financiado pela CNPq/FAPESB – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Brasil)
2013/2016: Investigador no projecto Audiencias Activas y Periodismo: Análisis de la calidad y la regulación de los contenidos elaborados por los usuarios (CSO2012-39518-C04-03); Financiado pelo Ministerio de Economía y Competitividad (Espanha);
8. Orientações de Doutoramento
Oito Orientações de doutoramento;
Três Co-orientações de doutoramento.
9. Cargos Nacionais
2004-2005: Presidente da Comissão de Avaliação Externa da CNAVES dos Cursos Universitários de Comunicação
2004-2006: Coordenador do Painel de Avaliação de Bolsas Individuais da FCT –
Fundação para a Ciência e Tecnologia, na área de Ciências da Comunicação: Mestrado, Doutoramento e Pós-Doutoramento
10. Iniciativas na academia
1996-1998: Criação e direcção do Ubiversitas. Boletim mensal de informação da UBI
1999-2007: Criação e direcção da BOCC – Biblioteca Online de Ciências da Comunicação
2000-2008: Criação e direcção do Urbi et Orbi, semanário online de informação da UBI, da região e do mundo
2006-2011: Criação e direcção da Editora Livros LabCom
11. Publicações
Livros (autor)
2013: Ética Mínima. Pequeno Guia para Tempos Difíceis, São Paulo: Intercom.
1996: Semiótica, a Lógica da Comunicação, Covilha: UBI.
1993: Joaquim, o último dos profetas, Lisboa: Cotovia.
1990: O Realismo da Fenomenologia de Munique, Braga: Faculdade de Filosofia.
Livros (co-organizador)
2013: Dez anos de Comunicação Digital, Coimbra: Minerva (no prelo).
2005: Estética e Tecnologias da Imagem, António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
2005: Teorias e Estratégias Discursivas, orgs. António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
2003: Jornalismo Online. Informação e Comunicação Online Vol. I, António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
2003: Mundo Online da Vida e Cidadania. Informação e Comunicação Online Vol. III,
João Carlos Correia, António Fidalgo e Paulo Serra, Covilhã: Universidade da Beira Interior.
Capítulos de Livros (últimos quatro anos)
2013: “Liberdade como participação em Isaiah Berlin” in Paulo Serra, Eduardo Camilo e Gisela Gonçalves (org.), Participação Política e Web 2.0, Covilhã: UBI.
2013: “O celular como rádio de pilhas na era da internet. Rádio IP no celular” in Suzana Barbosa e Luciana Mielniczuk (org.), Jornalismo e Tecnologias Móveis, Covilhã: UBI.
2012: “Elegias da Cultura na Era da Internet” in Ana Teresa Peixinho; Carlos Camponez, Alexandre Sá (orgs.), Aprofundar a Crise. Coimbra: Universidade de Coimbra.
2011: “Conectados e tutelados. Uma revisitação tecnológica da esfera pública” in João Correia e Rousiley Maia (orgs.), Public Sphere Reconsidered, Covilhã: UBI.
2010: “Da retórica às indústrias da persuasão” in Ivone Ferreira e Gisela Gonçalves (orgs.), Retórica e Mediatização: As Indústrias da Persuasão, Covilhã: UBI.
2009: “Especificidade Epistemológica do Jornalismo: desfazendo uma ilusão do jornalismo cidadão”, in Gustavo Cardoso, Francisco Rui Cádima, Luis Landerset Cardoso (orgs.). Media, Redes e Comunicação, Lisboa: Quimera, pp. 219-230.
2009: “Todos os jornais no bolso”, in Carla Rodrigues (org). Jornalismo on-line: modos de fazer. Rio de Janeiro, Porto Alegre : Editora PUC-Rio, Editora Sulina, Brazil, pp. 99-117.
Artigos em Revistas Internacionais (últimos quatro anos)
2011: Fidalgo, António e Canavilhas, João (2011). “Aula Permanente Sin Paredes. Uso de una Intranet en la Enseñanza Universitaria. Revista El Profesional de la Información, enero-febrero, vol. 20, n.2, pp. 191-195. Espanha.
2009: “PUSHED NEWS: When the news comes to the cellphone”, in Brazilian Journalism Research 5/2, pp. 113-124, São Paulo, Brasil.
2009: “O celular de Heidegger – comunicação ubíqua e distância existencial”, in Matrizes 3/1, pp. 81-98, USP, São Paulo, Brasil.
12. Comunicações INTERNACIONAIS por convite (últimos quatro anos)
2012-11-08: “Leitura e escrita na era dos tablets: da lousa escolar à biblioteca universal”, conferência inaugural do IV Colóquio Internacional de Semiótica, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Brasil.
2012-09-18: “Cultura e Média Digitais. Elegias e ditirambos”. No Pentálogo III, Internet: viagens no espaço e no tempo, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil
2012-04-23: “Presenças e Ausências na Sociedade Móvel”. Conferência inaugural do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. São Salvador, Brasil.
2011-11-10: “Comunicação Ubíqua e Sociedade Móvel”, 2º SEMICOM, Universidade Federal da Amazónia, Manaus, Amazónia, Brasil.
2011-11-08: “A Função-Signo do Celular. Produção e consumo de sentidos na sociedade móvel”, 2ª Conferência Internacional de Comunicação e Semiótica na Amazónia, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, Brasil.
2011-05-25: ” Limited Effectiveness of Argumentation in Mediated Communication”, International Colloquium – Inside Arguments – Logic vs Argumentation Theory, Universidade de Coimbra, Portugal.
2010-10-20: “Direitos do Internauta vs Direitos de Autor, Colóquio Agora – Propiedad intelectual y nuevas tecnologías, Badajoz, Espanha.
2010-07-01: “Cultura e Ciência na Universidade”, Universidade do Mindelo, Cabo Verde.
2009-11-12: “Journalism and mobile internet” em 1. Congreso Internacional de Ciberperiodismo e Web 2, Bilbau, Espanha.
13. Textos na imprensa
(Jornal do Fundão, Notícias da Covilhã, Público, Diário de Notícias, Urbi et Orbi)
2009: Os Tempos e os Modos da UBI. Pensar a UBI em contexto.
1998: Ubiversidade. Dispersos sobre a Universidade em geral e a UBI em particular.
AS RAZÕES DA CANDIDATURA:
Ser reitor é um imperativo, não é um objectivo. A UBI não é um emprego, não é uma universidade entre outras, é a minha universidade. Não posso ser indiferente ao seu destino e aos desafios que enfrenta; não posso refugiar-me no conforto das minhas aulas, do meu laboratório e dos textos que publico; não posso deixar de ser solidário com todos os alunos, docentes e funcionários que fazem universidade no interior de Portugal e ambicionam uma universidade melhor.
Candidato-me de livre vontade, por iniciativa própria. Ninguém me obriga e nada me move a ser reitor que não seja responder à obrigação que, em consciência, tenho para com a UBI. É um imperativo que nasce da convicção de que serei um bom reitor, de que a universidade cumprirá melhor a sua missão de formar pessoas, transmitir conhecimento, fazer ciência e contribuir para o desenvolvimento da região.
Se ser reitor fosse um objectivo, mesmo que de realização pessoal ou profissional, então o motivo da candidatura estaria no cargo de reitor e não no destino da instituição. E, mais grave ainda, a missão da universidade ficaria submetida a um desígnio meramente pessoal. Considero que a glória de mandar na universidade não é razão bastante para uma candidatura a reitor.
Mas se ser reitor é um imperativo surgido de uma convicção, qual o fundamento desta? Uma convicção sem fundamento não passa de presunção e esta é arbitrária, cada um toma a que quiser. A convicção de que serei um bom reitor creio-a bem fundamentada; ela advém da minha história, dos graus e bolsas que recebi em Portugal e no estrangeiro, do meu trajecto de professor em várias universidades, dos cargos que exerci, das iniciativas que tomei, do que fiz e escrevi, das equipas que liderei, da coesão que promovi, do rigor que exigi, dos doutorandos que orientei e dos percursos académicos que incentivei e apoiei. O fundamento está no exame que faço do meu currículo.
No entanto, por mais sério e rigoroso que seja este exame do currículo e da sua adequação a uma candidatura reitoral, não deixa de ser o exame de apenas um e, ainda por cima, em causa própria. Mesmo as convicções mais sólidas necessitam da aferição do juízo alheio. É indispensável ouvir os outros, saber o juízo que fazem das nossas convicções e das razões que as alimentam. E foi isso que fiz. Ouvi colegas e pessoas que prezo e respeito sobre a minha capacidade e aptidão para reitor, e o seu juízo confirmou a minha convicção. O imperativo é só meu, mas a convicção em que se funda é partilhada.
Escolhi como lema da minha candidatura “uma universidade coesa e plural”. Quem conhece a UBI e o momento que vive sabe quão necessária é essa coesão, quão importante é a tarefa de envolver todos na vida da universidade. Há uma desmobilização nos departamentos, as faculdades distanciaram-se, e as unidades de investigação continuam tão isoladas como sempre. É preciso que o reitor e a sua equipa iniciem uma tarefa de aproximação das pessoas, que catalisem presenças e mobilizem iniciativas comuns, de modo a preencher os espaços vazios que ameaçam a vida da UBI. Sei que posso contribuir decisivamente para essa coesão. Fá-lo-ei mediante uma relação personalizada com professores, alunos e funcionários. Durante o mandato hei-de conhecer pelo nome todos os funcionários e docentes da UBI. Visitarei regularmente os departamentos e serviços e, com o máximo de informalidade possível, darei azo a que as pessoas expliquem o seu trabalho, façam os reparos que têm a fazer e apresentem as sugestões que acharem por bem. Em particular, envidarei todos os esforços para que os ambientes de trabalho sejam humanamente saudáveis, de relações cordiais e motivadores no desempenho das funções.
Um bom ambiente de trabalho dentro da UBI é fulcral para o cumprimento da sua missão. E isso consegue-se com imparcialidade e exigência, por exigir de todos e não privilegiar ninguém. Consegue-se com um forte sentido de justiça e uma prática de isenção, por respeitar o trabalho de cada um, pela atribuição de responsabilidades, por reconhecer e premiar quem cumpre e não desculpar quem não cumpre. É preciso que a vida universitária se paute pelos princípios da integridade académica.
Proponho também uma universidade plural, de respeito pelas diferenças próprias de cada área. Considero que a multiplicidade e a diversidade são uma riqueza a cultivar. Não haverá pensamentos únicos, nem procedimentos estandardizados, as avaliações respeitarão as diferenças, sem o menor prejuízo da exigência. Sobretudo, haverá respeito pela autonomia de cada faculdade, conforme estabelecido nos Estatutos.
A UBI afirmará a Beira Interior. Pugnará pela região. Será um actor a juntar-se aos actores regionais, autarcas, deputados, empresários, associações, politécnicos e escolas, de modo a que todos se unam e se façam ouvir no contexto nacional. Deslocar-me-ei a todos os municípios do interior, do Douro ao Tejo, falarei com todos os presidentes de câmara para estabelecer parcerias e promover a cooperação em projectos de desenvolvimento. Para que todos na Beira Interior saibam e sintam a UBI como a sua universidade.
O imperativo de ser reitor é de o ser de forma plena.